Vivemos na mesma cidade, mas isso não significa que todos somos cidadãos. Apenas estar em um lugar não é suficiente. Cidadania não é algo que acontece de forma espontânea, passiva. É preciso exercê-la. Da mesma forma que queremos ter “bons vizinhos”, que respeitam a convivência, que cuidam do entorno que também é nosso, que não são motivo frequente de perturbação, deveríamos desejar estar cercados de bons cidadãos.
Para além das eleições, que também são muito importantes, afinal vivemos em uma democracia representativa e cabe a nós escolher quem queremos que conduza nossa cidade, estado e país, a cidadania deve estar no dia a dia. É um ato de cidadania fazer a separação e descarte correto dos resíduos, pensando na sustentabilidade que é urgente. É um ato de cidadania cuidar dos bens públicos, que são de todos, mas muitas pessoas os tratam como se não fossem de ninguém. É um ato de cidadania participar e cobrar daqueles que foram eleitos a implementação das melhores políticas, mesmo quando os governantes que estão no poder não são aqueles que gostaríamos.
Temos um dos melhores sistemas de saúde do mundo, considerando o formato. Falar do SUS para um estrangeiro chega a causar perplexidade, por ser um sistema universal, que fornece medicamentos de graça e cobre uma população de mais de 200 milhões de pessoas. Sabemos que ele tem falhas e precisa melhorar para cumprir aquilo que se propõe. Só reclamar dos problemas não adianta, é preciso agir. Estão em andamento as eleições para os conselhos gestores dos equipamentos de saúde da região, bem como de toda a cidade. Precisamos desses voluntários que são usuários da saúde pública, que conhecem seus pontos fortes e suas fraquezas. E mesmo para quem não quer se candidatar, participar das reuniões é algo que todos podem e deveriam fazer. Mesmo quando alguns gestores tentam limitar esse espaço de participação e controle social.
E se queremos cidadãos conscientes e participativos, é óbvio que as escolas têm um papel fundamental nessa missão. Para além dos conhecimentos gerais das matérias que estudamos, é na escola que temos acesso a outras visões de mundo, às vezes diferentes da que trouxemos de casa. É lá que aprendemos a conviver, a nos relacionar e, sobretudo, respeitar o próximo.
Não é possível ou aceitável que alguém com um cargo de direção em uma unidade de ensino, responsável por formar cidadãos, não tenha esse entendimento. Saiba mais nas próximas páginas.