O sambista Geraldo Filme foi escolhido para receber uma estátua do projeto do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) que homenageia personalidades negras da cultura paulistana. A obra foi inaugurada na quinta-feira (21) na Praça David Raw. “Ao trazer essas figuras, somamos ao acervo municipal diversidade e representatividade e exaltamos as diversas vivências da nossa população. Além disso, homenageamos o samba paulistano, patrimônio cultural e imaterial da nossa cidade desde 2013″, afirmou a secretária municipal de Cultura, Aline Torres. O evento de inauguração contou com apresentação de capoeira e de sambistas e baterias de escolas de samba, entre elas Unidos do Peruche e Vai-Vai. Entre as autoridades presentes estiveram o prefeito Ricardo Nunes, a subprefeita da Lapa Fernanda Galdino, a secretária de Cultura Aline Torres, o presidente da SP Turis Gustavo Pires, entre outros.
Geraldo Filme foi retratado de pé, olhando para o horizonte, com a mão direita no bolso da calça e a esquerda segurando um microfone para cantar para o público. “Ele batalhou muito, era um homem muito movido à música e hoje a gente tem a satisfação de participar desse lindo trabalho que um dia ele fez aqui”, comentou a sobrinha de Geraldo Filme, Leonilda de Fátima. “Estamos revivendo uma história que, até então, achávamos que não tinha mais por onde, que talvez ele fosse esquecido, mas hoje ele está sendo homenageado”, conclui.
Conhecido como Geraldão da Barra Funda, o músico e sambista foi compositor de sambas para a Peruche e Vai-Vai, sendo também autor de um hino do Bixiga, chamado Tradição. Gravou quatro discos, entre eles “O Canto dos Escravos”, de 1982, com Clementina de Jesus e Tia Doca. Por estar localizada próxima ao antigo Largo da Banana, marco do samba paulistano e local muito frequentado por Geraldo Filme, a Praça David Raw, na Barra Funda, foi a escolhida para abrigar a estátua após consulta com grupos culturais e familiares. A obra, de bronze com pátina verde, tem aproximadamente 1,80 m de altura e 59 cm de largura e foi feita por Newton Santanna. Nascido em Salvador, Santanna ministrou História da Arte através da escultura na Itália e França, tendo obras expostas em Paris, Barcelona e Florença
O projeto do DPH teve a sua primeira escultura inaugurada em dezembro de 2021, em tributo ao cantor Itamar Assumpção, localizado no Centro Cultural da Penha.