Resiliência

0
3153

Na física a resiliência é a capacidade que um material tem de retornar ao seu estado original após sofrer algum tipo de impacto ou deformação. Na forma figurada, chamamos de resiliente a pessoa com habilidade de se adaptar às mudanças, de lidar com problemas ou resistir a situações adversas.

Ser resiliente é provavelmente a única opção que temos, já que toleramos cenários que não são os desejados por muito tempo. Todos os anos nas regiões mais arborizadas temos problemas com a queda de galhos e árvores. Já nas áreas onde falta o verde, vemos a remoção de exemplares para a construção de uma passarela do metrô, sem que a comunicação adequada tenha sido realizada e sem ter sido informada a possibilidade ou não de transplante dessas árvores. Esse foi um dos assuntos da reunião do Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz de Lapa, durante a semana. Aliás um exemplo de resiliência é aquele dos moradores que sempre acionam o Ministério Público quando algo errado acontece e precisam esperar os trâmites jurídicos para se obter um resultado ou respostas.

Na Barra Funda agora se discute a implantação de um PIU (Projeto de Intervenção Urbana) no entorno do terminal. Ao contrário do PIU da Vila Leopoldina, que tem proponentes privados e segue parado na Câmara Municipal, a manifestação de interesse no caso da Barra Funda se deu por duas empresas de economia mista, a CPTM e o Metrô. Modernizar um local é sempre bem-vindo, então por que as obras da Operação Urbana Água Branca, cujo perímetro inclui a Estação Barra Funda, não avançam? Sendo que existem recursos. Pelo menos poderiam tentar agilizar o que é prioritário como as habitações de interesse social para as famílias das comunidades Aldeinha e do Sapo, removidas de suas casas na Água Branca em 2007, e que aguardam o atendimento previsto na lei desde 1995. “Isso que é resiliência”. E não por falta de cobrança da sociedade civil no grupo de gestão.

Foi também na Barra Funda que um caso ganhou notoriedade durante a semana. O conflito entre vizinhos de um prédio levou manifestantes ao local na quinta-feira (20). Não se trata de um conflito qualquer, mas segundo a vítima, um ator de humor, uma sequência de atitudes e ofensas racistas. A acusada nega. Se para a maior parte dos problemas e intempéries da vida é bom ter uma dose de resiliência, isso não se aplica aos casos de preconceito. Nada justifica que eles ainda existam. Devem sim ser combatidos, nunca aceitos.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA