O clima é de encerramento. Já estão ocorrendo as confraternizações, as últimas reuniões de conselhos e homenagens. Mais um ano se passou e esse não foi nada menos do que turbulento. O vai e vem da Covid que ainda nos afeta. A tensão política que não dá sinais de que vai arrefecer em breve.
Na região tivemos alguns avanços (reabertura do Hospital da Rua Cotoxó, anúncio da UBS Caju e as obras da Linha 6-Laranja do metrô – que eu achei que poderia utilizar ainda na faculdade, dez anos atrás, mas não foi o caso), tivemos alguns problemas, parte deles já conhecidos (perturbação do sossego, aumento da sensação de insegurança e supressão de áreas verdes) e pouco ou nenhum avanço nas demandas que sempre abordamos aqui (Operação Urbana Consorciada Água Branca, Hospital Sorocabana, Parque Orlando Villas-Bôas e Ponte Pirituba-Lapa). Na parte das notícias jocosas foram pelo menos duas galinhas perdidas e encontradas na Vila Romana. Uma delas, uma galinha-d’angola, talvez ainda esteja por aí. Não faz muito tempo que a vi perto do escritório da redação.
Difícil avaliar se foi um ano bom ou ruim. Minha percepção ainda é a de que vivemos tempos atípicos. A normalidade do modo de vida, das relações, da forma de trabalhar e a integração comunitária vão voltar? Não sei. Difícil avaliar um processo de transformação quando ainda estamos nele.
Mas quem trabalha por um bairro melhor está sempre disposto a manter a mobilização por sua causa. Um caso é o da Praça Nova Lapa, exemplo de que a sociedade organizada tem sim poder. Já na esfera pública, nossos vereadores discutem o orçamento de 2023, bastante generoso com seus R$ 95,8 bilhões. Favor lembrar desse número caso em algum momento do ano que vem, um representante do Executivo falar que não pode fazer uma melhoria porque “o cobertor é curto”. Também sabemos que por ser um ano de pré-eleição (que para os cargos municipais acontece em 2024) vamos ver alguma movimentação e avanços. Campanhas precisam de imagens e notícias que corroboram com o discurso.
Se o clima de Natal – e por clima entenda trânsito, preços altos, shoppings e mercados cheios -, possui alguma magia que costuma contagiar, ainda é difícil ver no horizonte uma verdadeira reconciliação. Famílias e vizinhos continuam divididos entre celebração e apreensão sobre como será 2023. Que o tempo reduza as discórdias e permita a volta do diálogo construtivo. Devemos somar as nossas forças se quisermos melhorar a vida de todos.
Na próxima semana ainda teremos mais uma edição do JG antes do recesso, então deixo meu desejo de boas festas para depois. Até lá!