Muito obrigada

0
2645

Eu gostaria que esse fosse meu editorial mais inspirado, mas o espaço é fisicamente limitado e eu não conseguiria dizer tudo o que preciso. Portanto, vou tentar ser o mais objetiva possível. Já explicando o título, o agradecimento se faz necessário a todos vocês que me acompanham semanalmente. Sou muito grata por todos os e-mails e mensagens, as opiniões compartilhadas ou contrárias que recebi. Enfim, toda a troca que tivemos nos últimos seis anos. Sim, isso é uma despedida.

Entrei no Jornal da Gente em 2016, como repórter, passei ao cargo (e responsabilidade) de editora, e agora vou seguir para um novo desafio. Não por não gostar do que faço, mas porque acredito que de tempos em tempos precisamos mudar o rumo, escolher a aventura do desconhecido ao invés do conforto do que já sabemos.

Não seria capaz de listar aqui todas as pessoas e histórias interessantes que o trabalho de “cobrir” a Lapa me deu. Foram muitas. Me esforcei ao máximo (e acredito ter sucedido) para sempre transmitir um retrato imparcial e completo das matérias que participei, deixando apenas esse espaço do editorial para revelar um pouco das minhas ideias.

Embora já tenha trabalhado em outros tipos de veículos, como TV e rádio, tive o privilégio de poder viver a experiência do impresso. Poucos dos meus colegas e dos jornalistas mais novos poderão dizer o mesmo. A busca por uma foto de qualidade que não seja prejudicada com a impressão, os fechamentos de edição que algumas vezes correm bem e em outras embolam, a dor de ter que cortar um texto maior que o espaço disponível ou mesmo de ter que deixar uma reportagem de fora, sabendo que ela estará “fria” para a próxima edição. No tempo que vivemos, da cultura digital e, infelizmente, da perda do hábito da leitura, ter vivido um “jornalismo raiz” foi muito importante para mim. E no cenário em que pessoas só leem os títulos das matérias nas redes sociais ou compartilham conteúdos sem nenhum critério pelo WhatsApp, o jornalismo ético e bem apurado se faz ainda mais necessário.

O Jornal da Gente ou “Jornal da Lapa” como todos chamavam sempre será um capítulo muito importante da minha história. E se deixo de escrever aqui, não tenham dúvidas de que continuarei acompanhando esse bairro que não foi onde eu nasci, mas que me acolheu com todo o afeto.

Não poderia de deixar de agradecer ao meu diretor, Ubirajara de Oliveira, pela oportunidade, confiança e liberdade (que não se encontra em praticamente nenhum outro veículo). Agradeço a todos com quem trabalhei, que entrevistei, que me deram dicas e pediram minha presença em reuniões ou eventos por entender que era importante ter um registro. E meu muito obrigada a vocês, leitores, que também escreveram essa história comigo. Até mais!

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA