O cenário encontrado na região pelo novo subprefeito da Lapa, Ismar Marcílio de Freitas Neto, é de abandono, principalmente no que diz respeito à zeladoria urbana. Ao se apresentar à população na última semana, Freitas Neto não escondeu que, em sua primeira vistoria pela área da Sub Lapa, se sentiu “incomodado” com o mato alto que cobre os canteiros centrais e praças da Lapa, Leopoldina, Romana, Ipojuca, Alto da Lapa, Perdizes e Pompeia. Ao mostrar sua indignação pelo que viu, prometeu “fiscalizar e cobrar de imediato a melhoria dos serviços”.
Cansada de promessas vãs e de solicitações não atendidas, certamente é isso que também espera a população da nossa região, que torce para que o novo subprefeito faça uma gestão eficiente e aberta ao diálogo, como ele mesmo afirmou ser sua intenção.
Orçamento não falta para dar conta dos serviços necessários: para este ano, a Subprefeitura Lapa tem disponíveis recursos da ordem de R$ 40,2 milhões. Na divisão orçamentária, só os serviços de zeladoria voltados para áreas verdes (corte de grama e poda de árvores) contarão com R$ 8,8 milhões – a segunda maior verba dentro do orçamento, atrás apenas do montante gasto com a administração geral – R$ 18 milhões -, que inclui gastos com folha de pagamento, benefícios e contratos de terceiros.
Mesmo assim, nos meses de janeiro e fevereiro, ainda sob o comando do coronel Marcus Vinícius Valério, tivemos que ouvir da subprefeitura que muitas solicitações de zeladoria feitas pelos munícipes estavam “atrasadas porque a prioridade, no período, era atender os locais por onde passariam os blocos de Carnaval”.
Ora, isso, mais do que tudo, é sinal de uma administração acéfala e não comprometida com as prioridades apontadas pela população a qual tem que prestar contas.
O fato que talvez explique a falta de comprometimento de alguns administradores que passam pelas subprefeituras é a extrema ‘volatilidade’ do cargo. Ao assumir uma cadeira em uma subprefeitura, a expectativa do indicado é de que não permanecerá por muito tempo na função. Basta dizer que, aqui na Lapa, tivemos quatro subprefeitos em apenas dois anos. O coronel Marcus Valério – transferido agora para a Subprefeitura Mooca – ficou somente sete meses no cargo, tendo assumido o posto em agosto de 2022, após vir a público o escândalo envolvendo a subprefeita à época, Fernanda Galdino, acusada de corrupção. Antes de Fernanda, Caio Vinícius Luz ficou no cargo menos de 100 dias.
É urgente, portanto, que os prefeitos levem isso em conta antes de promover tantas ‘danças das cadeiras’ em seus mandatos, muitas delas para atender padrinhos políticos. Como novo gestor, Freitas Neto assume afirmando ter a confiança plena do prefeito Ricardo Nunes e que, por isso mesmo, não está na Lapa de passagem.
Da nossa parte, torcemos por isso!