Mais uma vez é Carnaval. E a nossa região, novamente, terá três finais de semana seguidos de intensa movimentação. Segundo dados da Subprefeitura Lapa, este ano 70 blocos vão tomar conta de várias ruas e avenidas daqui, principalmente na Lapa, Leopoldina, Perdizes e Barra Funda, reunindo milhares de foliões.
Eu me pergunto: será isso folia em demasia? Tempo demais para o povo ‘afogar’ as mágoas nas marchinhas, no confete e na serpentina? O brasileiro, e o paulistano em especial, é um povo alegre por natureza. E inventou o Carnaval justamente para ter quatro dias (agora oito, com os finais de semana do pré e pós Carnaval) para extravasar a alegria e esquecer os problemas, voltando, em seguida, energizado, para uma rotina de duro batente.
Então acredito que, para muitos, toda essa alegria e diversão proporcionados pelo Carnaval são um refresco para a alma, que, se possível, durariam o ano inteiro. De fora dessa sintonia, alguns, no entanto, consideram a festa um martírio, algo que tira o sossego e o direito de ir e vir de quem mora nas ruas selecionadas para a passagem dos blocos, trazendo para o miolo dos bairros, ao invés de ‘só alegria’, um rastro de sujeira e confusão.
Eu, pessoalmente, sou do ‘bloco da diversão e do bom humor’, embora respeite e me solidarize com quem descreve passar ‘em agonia’ os dias de folia. Claro que os excessos, caracterizados pelo abuso do álcool e pela falta explícita de limites, não deveriam fazer parte da maior festa popular do planeta. Mas, para manter a ordem e garantir a brincadeira sadia, a Prefeitura tem montado esquemas cada vez mais regrados, chamando os organizadores dos blocos para expor essas regras e mantendo todo o efetivo das subprefeituras, polícia, GCM e CET em alerta nos locais dos desfiles.
Claro, para quem prefere a TV e o sofá de casa a cantoria que vem dos carros de som e é acompanhada pelos foliões atrapalha o sossego. E, por isso, um manifesto divulgado por algumas entidades da região questiona a liberação dos blocos em ruas residenciais, alegando que os moradores das mesmas não foram consultados, e cobrando da Secretaria das Subprefeituras o que será feito em caso de atendimento às emergências nessas vias interditadas.
Obviamente, há um esquema de segurança e liberação da rua para a passagem de ambulâncias caso isso seja necessário. Para organizar o Carnaval, já em setembro do ano passado a Prefeitura criou uma comissão especial de organização do evento, envolvendo diversos órgãos e secretarias.
Por isso, para aqueles que se sentem incomodados, eu peço uma dose extra de paciência e um pouco de espírito esportivo. Afinal, é Carnaval!