Por convicção, não compactuo com a ideia de que nós, seres humanos, tenhamos o direito de ‘rotular’ nossos pares pelo gênero. Ninguém é melhor ou pior, pode fazer mais ou menos apenas pelo fato de ser homem ou mulher. Somos capazes de fazer a diferença independente do sexo.
Sendo assim, acredito que não seja fundamental criar datas comemorativas como forma de trabalhar a questão da Diversidade e da Inclusão. Isso é algo que deve ser feito diariamente, com pequenas ações envolvendo o poder público, as entidades e a sociedade em geral. Mas já que o Dia 8 de Março faz parte do calendário internacional para lembrar a luta e os avanços do público feminino nas diversas esferas sociais, quero aproveitar a data para homenagear as mulheres lapeanas. Todas e cada uma delas em particular. E faço isso exaltando a figura de três personalidades femininas de nossa região que, ainda no século passado – quando as mulheres eram rotuladas como o ‘sexo frágil’ -, tiveram a coragem de fazer a diferença e mostrar sua força.
A advogada Therezinha Penteado, do alto de seus 90 anos completados em outubro passado, é uma delas. Além de ter atuado na área do Direito e feito parte da OAB – Lapa, Therezinha ainda hoje é membro atuante do Rotary Club Lapa, do qual foi a única mulher a compor o quadro de fundadores, em 1993, e da Distrital Oeste da Associação Comercial de São Paulo. Quem a conhece, faz questão de descrevê-la ‘como um baluarte, um exemplo de alguém que nunca se furtou de dar sua opinião e sempre teve ideias claras’.
Já na Leopoldina, desde 1977 a delicadeza, carinho e dedicação de Dona Amélia Yano conquista os muitos clientes do Buffet Yano, que funciona na Rua Potsdam. Hoje com 87 anos e ainda na ativa, Dona Amélia é exemplo de força e trabalho. Desde que assumiu a linha de frente do buffet, a cada evento ela circula pelas mesas do salão, sempre com um sorriso no rosto, conversando com os clientes e verificando os réchauds e os pratos que estão sendo servidos.
Na região da Avenida Francisco Matarazzo, quem passa pela Praça Raízes da Pompeia pode conferir o trabalho árduo da associação amigos daquele bairro, fundada e dirigida pela advogada Maria Antonieta de Lima e Silva em 2008. De personalidade firme e decidida, Dona Antonieta, aos 86 anos, continua trabalhando arduamente na defesa dos interesses da comunidade da Pompeia, tendo lutado pela consolidação da Operação Urbana Água Branca.
Em nome desse trio de mulheres guerreiras, enaltecemos o valor de cada mulher lapeana, que com sua dedicação e empenho à família, à sociedade e ao seu trabalho, ajudou a fazer nosso bairro crescer.