Domingo (15) amanheceu com os moradores de rua da Leopoldina assustados com a morte violenta de Wanderlei, um morador de rua conhecido como “Cabelo”. O corpo foi encontrado com marcas de violência na calçada de um comércio da Avenida Imperatriz Leopoldinha com Rua Heliópolis. Segundo seus colegas, ele era usuário do Centro de Acolhida Zancone, de onde foi desligado na noite de sábado (14). A gerente executiva do Instituto Rogacionista (responsável pelo albergue), Dulcinéa Pastrello, lamenta o ocorrido e explica que o serviço tem regras. “O centro de acolhida atende no período noturno de 100 a 120 homens, com banho, jantar e atendimento com o serviço social e de psicologia. Para isso temos dois educadores que auxiliam e coordenam a ação dos usuários. Para que tudo ocorra normalmente é preciso que eles estejam bem, sem influência do álcool ou outras drogas. Quando acontece de alguém estar alcoolizado é solicitado que aguarde no pátio, pois nesse estado fica fácil acontecer provocação e brigas, e quando isso acontece temos que desligar do nosso atendimento, encaminhando para outro serviço. Na noite de sábado, aconteceu exatamente isso, o “Cabelo” estava muito alterado pelo efeito do álcool, não seguiu a orientação de esperar, se dirigiu ao refeitório e arrumou briga com outro usuário, sendo os dois desligados. Quando encaminhado para outro serviço, ele disse que não iria e permaneceria na rua. Fica agora a nossa reflexão: como atender de forma integral essas pessoas que fazem uso de substâncias para suportar o estado emocional em que estão, sem o apoio de centro de atendimento com psiquiatras? O centro de acolhida não é o local de atendimento para esses casos, precisamos das clínicas terapêuticas ou ficaremos repetindo o movimento de desliga e encaminha, sem de fato resolver o problema”, conclui Dulcinéa.
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