Corpus Christi

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Foto: Arquivo JG

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Dom Julio Akamine é bispo da Região Lapa

O feriado de Corpus Chiristi é, muitas vezes, reduzido a uma oportunidade para viajar e fazer turismo. O seu significado é, porém mais rico e profundo. Por que o feriado cai sempre numa quinta-feira? Por que as ruas são decoradas com tapetes? Se esta é uma festa católica, por que ela é celebrada com um feriado que vale também para ateus e não-católicos?

A festa de Corpus Christi sempre cai na quinta-feira porque a eucaristia foi instituída por Jesus na Quinta-feira Santa. Mas é preciso lembrar que é impossível dar expansão à alegria festiva pela instituição da eucaristia nesse dia porque ele desemboca imediatamente na Sexta-feira Santa. Assim, a festa de Corpus Christi é uma ocasião para os católicos celebrarem a eucaristia de maneira alegre e solene.

É por causa disso que se ornam as ruas com os famosos tapetes, que em muitos lugares se destacam pela beleza e arte. Os tapetes são feitos no trajeto da procissão com o Santíssimo Sacramento exatamente para homenagear Cristo presente realmente na hóstia consagrada.
Corpus Christi é um feriado religioso que beneficia não somente os católicos, mas também os fiéis de outras igrejas cristãs, de outras religiões e dos que não têm fé.

Nesse sentido, o feriado não privilegia somente os católicos nem impõe uma fé que outros não possuem. Trata-se de uma manifestação pública da fé que pode ajudar os não-católicos conhecer mais os católicos em vista do diálogo e do encontro.

AME Idoso abre com atendimento parcial para ajustes

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Data da inauguração oficial da unidade ainda não foi definida

A unidade do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Idoso Oeste está funcionando em fase de ajustes. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a inauguração oficial ainda não tem data definida.

O prédio do antigo PAM –Lapa passou por reformas para receber o ambulatório especializado no idoso. O investimento total do Governo do Estado foi de R$ 9 milhões na modernização e adequação das instalações. A Organização Social de Saúde que gerencia a unidade é a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). A expectativa é que a unidade seja inaugurada até o mês de julho.

Apenas uma oportunidade

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Foto: Arquivo JG

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Maria Isabel Coelho

Camas arrudas e jovens em sala de aula, comportados. Esse é um cenário que muitos nem imaginam encontrar num lugar que reúne centenas de adolescente que cometeram algum ato infracional, mas o que parece impossível acontece na Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente da Leopoldina.

O cenário inclui lençóis esticados e produtos de higiene pessoal – fornecidos pelo Estado para todos os internos – como sabonete e desodorante, que dividem espaço com fotos e porta-retratos de familiares ou namoradas, tudo organizado.

Se não fossem as grades no caminho até chegar ao alojamento, nem lembraria que o lugar é de recuperação de jovens que foram parar ali por um deslize, uma infração da Lei.
Josué Dantas, diretor da unidade, afirma que a fundação é diferente da antiga Febem. O regime de disciplina é rígido, sim, inclui atividades que preenchem todo o tempo da meninada. Melhor assim, não sobra espaço para pensamentos ruins.

Ao participar da última reunião do Conselho Comunitário de Segurança da Vila Leopoldina (Conseg Leopoldina), presidida por Jairo Glikson, o diretor da Casa Leopoldina propôs aproximação da comunidade com a instituição para ajudar da inserção dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em seu retorno à sociedade.

No início da semana, representantes das associações Amocity e Viva Leopoldina junto com o presidente dos Conseg Leopoldina e do Conseg Perdizes, Antonio Monteiro, foram conhecer as instalações da Casa Leopoldina, a realidade dos jovens e discutir a participação da sociedade civil no conselho gestor da unidade.

A responsabilidade de ser conselheiro é grande, pois quem se candidtar vai lidar com a vida dos meninos e auxiliar no seu melhor encaminhamento após sair dalí.
Os internos têm direito a escola (sala de aula de escola do Estado que é levada para dentro da instituição) e cursos profissionalizantes e culturais. Os olhos ficam atentos à aula logo pela manhã. Após o meio dia, almoço. Quatro deles se revezam na arrumação da mesa para as refeições. Quando chega o fim do mês todos passaram pela tarefa. As igrejas (católica e evangélica) também fazem trabalho religioso na Casa.

A unidade funciona como uma residência normal, onde os moradores tem que fazer a arrumação. Depois da aula e da refeição eles seguem para um dos cursos profissionalizantes ou culturais. Logo chega a hora do jantar, de noite sobra um tempo livre para jogar bola ou ler um livro da biblioteca que fica à disposição dos adolescentes. Muitos preferem a Bíblia e fazem dela o livro de cabeceira.

Alguns sonham em transformar o aprendizado dos cursos de culinária, artes e dança de rua da fundação em uma profissão quando deixar a unidade, mas a conquista da liberdade está nas mãos dos próprios adolescentes.

O prazo de internação pode chegar a três anos, mas depende do Plano Individual de Atendimento traçado (recuperação) e do comportamento de cada um deles. Quando ele cumpre as metas do Plano, um relatório conclusivo é levado ao juiz que analisa se ele está pronto para voltar para família e a sociedade. Se estiver, ele deixa a fundação. Quando o jovem atravessa o portão rumo à liberdade encontra barreiras para inserção na sociedade, muitas vezes na própria família e do mercado de trabalho.

A criação do conselho gestor será importante para que a comunidade ajude na inclusão desses jovens na sociedade, no mercado de trabalho ou em cursos para que tenham um futuro melhor. Na maioria das vezes, falta apenas uma oportunidade para evitar que o adolescente cometa um novo deslize e retorno a unidade de internação.

USP devolve prédio da Estação Ciência ao Governo do Estado

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Foto: Arquivo JG

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Universidade alega falta de recursos para reforma e devolve prédio ao Estado

A Lapa vai perder de vez a Estação Ciência da USP. O Centro de Difusão Cultural e Científica que funcionou por quase 30 anos no prédio da Rua Guaicurus, 1394, não volta mais para as instalações da Lapa por que a USP está devolvendo o prédio ao Estado. A Universidade alega problemas orçamentários para a reforma do edifício que é tombado como patrimônio histórico.
A Estação Ciência foi inaugurada em 1987, recebia (até 2013 quando foi fechada para reforma por causa de infiltrações) em média 300 mil visitantes por ano e segundo a USP, continuará existindo em outro local.

Robô do projeto de logística reversa visita lojas na região da Lapa

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Equipe da JICA com o robô no Extra Anhanguera

O robô Descartes chamou a atenção do público ao visitar as lojas parceiras do projeto Descarte ON na região da Subprefeitura Lapa, no sábado, 14. Feito de produtos elétricos e eletrônicos descartados, o robozinho é o mascote do projeto-piloto “Descarte ON” realizado a partir da cooperação técnica entre o governo do Brasil e do Japão por meio da JICA (órgão japonês voltado para cooperação internacional aos países em desenvolvimento) para apoio à implementação da Logística Reversa de Resíduos Elétricos e Eletrônicos (REEE) no Brasil. São Paulo foi escolhida para implantar o projeto-piloto na area da Subprefeitura Lapa. O objetivo é sensibilizar o cidadão sobre a importância do descarte correto e da Logística Reversa do REEE (conforme a “Lei da Política Nacional de Resíduos sólidos promulgada em 2010 que consiste na responsabilidade compartilhada entre fabricantes, distribuidores, comerciantes e consumidores para os produtos que causam impactos ao meio ambiente quando descartados).

A primeira fase do projeto-piloto da JICA “Coleta nas Lojas” começou dia 28 de abril em lojas parceiras, com caixas (de 60x50x75 cm) para coleta dos eletroeletrônicos de pequeno porte (como por exemplo secadores de cabelo, forno elétrico, lap top, câmeras e filmadora, ferro de passar, liquidificador e celular). O consumidor pode depositar o eletroeletrônico que deseja descartar em uma das lojas participantes : Casas Pernambucanas, Casas Bahia, Ponto Frio, Extra, Wall Mart (todas na região da Subprefeitura Lapa).”Na recicladora é feita a destinação correta”, conta Sayaka Okamoto, responsável pela Comunicação do projeto da JICA.

Segundo o coordenador do projeto no Brasil, Sérgio Morioka, “até o momento existem projetos JICA vinculados ao REEE somente na Brasil e Malásia. “ Como está no início, a expectativa era de ter pequeno volume de coleta porque (o projeto) ainda foi pouco divulgado, mesmo assim o resultado está acima da expectativa”, disse o subchefe do projeto da JICA, Shigeyuki Shoji. A próxima fase do projeto-piloto é a “Coleta em Casa” para descarte de produtos de médio e grande porte como geladeira, fogão, televisores, que terá custo de R$ 10,00 para o consumidor, mas ainda sem data para início.

Museu do Futebol desenvolve projeto para idoso

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Foto: Divulgação

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Maria Elisa Ferreira Franceschini é a primeira residente do projeto do museu

O Museu do Futebol instalado no Estádio do Pacaembu pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo desenvolve um projeto voltado para terceira idade: o Museu Amigo do Idoso. O objetivo é valorizar a experiência do visitante e melhorar o atendimento à pessoa acima dos 60 anos, a partir de necessidades indicadas pelos próprios idosos, em convívio com a equipe do educativo do museu.

O número médio de idosos recebido pelo Museu do Futebol é cerca de 10 mil por ano. Já a proporção de idosos em relação aos demais visitantes, vem aumentando: 3% em 2014, 3,5% em 2015 e, até maio de 2016, somam 5%.“As pessoas com mais de 60 anos pagam meia-entrada e representam um perfil de visitantes com potencial de crescimento. Por esse motivo, o museu busca aperfeiçoar-se constantemente  para receber cada vez mais e melhor esse público.”, explica a diretora do Museu do Futebol Daniela Alfonsi.

A atenção aos idosos é justificada pelos últimos dados populacionais que mostram a tendência de ampliação do número de pessoas com mais de 60 anos no país. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, em 2013 havia 13% ou mais de 26 milhões de idosos no Brasil. Os dados revelam que envelhecer não é mais visto como uma fase de inatividade, pelo contrário, é preciso ampliar a oferta de atividades para a população da terceira idade. Com esse intuito, ao longo de 2016, o projeto contempla dois idosos residentes no Museu do Futebol: o primeiro começou em abril e vai até julho, e o outro de setembro a novembro. Maria Elisa Ferreira Franceschini, de 66 anos, moradora do CECAP Guarulhos e palhaça voluntária em hospitais e projetos sociais, é a primeira idosa residente do Projeto. Sua rotina inclui a interação constante com os jovens educadores e orientadores de público, para indicar melhorias na infraestrutura do Museu, no atendimento ao público e, ao mesmo tempo, quebrar barreiras intergeracionais. Os residentes trabalharão as terças e quintas-feiras, das 10h às 16h, junto da equipe do Núcleo Educativo.

Conselho Participativo recebe oficina de Planos Regionais

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Fábio Gonçalves da Deurb realiza oficina com membros da conselho e moradores da area da Suprefeitura Lapa

O Conselho Participativo Municipal da Subprefeitura Lapa recebeu na quinta-feira, 12, a oficina de “Planos Regionais das Subprefeituras” realizada pelo diretor do Departamento de Urbanismo da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Deurb), Fábio Mariz Gonçalves. Cerca de 30 pessoas participaram da reunião na Subprefeitura. Entre eles, 19 conselheiros (dos 36 eleitos) participaram da oficina.

Gonçalves destacou que os Planos Regionais das Subprefeituras são instrumentos de planejamento e gestão da política urbana que têm como objetivo detalhar as diretrizes do Plano Diretor Estratégico (PDE) no âmbito territorial de cada subprefeitura, articulando políticas setoriais. Conselheiros e moradores receberam um caderno com dados para apoio a oficina de revisão participativa do Plano Regional. “A elaboração desse trabalho começou em outubro do ano passado e teve mais de 100 horas de reuniões entre técnicos das subprefeituras e das secretarias municipais. Os dados ajudam, mas a leitura participativa (moradores e conselheiros) dos territórios que trará as propostas efetivamente transformadoras na Cidade”, disse o diretor de Deurb, explicando que os pontos das discussões nas oficinas são baseados em indicadores sociais e demográficos, desenvolvimento econômico, acesso a serviços, moradia e uso do solo, infraestrutura e meio ambiente.

Os conselheiros e moradores apontaram desafios para instalação ou melhoria de equipamentos públicos e acessos em cada distrito da Subprefeitura como da passagem “toca da onça” na Lapa, sacolão onde está prevista a instalação de uma UBS no Jaguaré, a Zeis 3 na area da antiga garagem da CMTC na Leopoldina e melhoria de calçadas e em praça da Vila Anglo, extinção do transbordo da Vila Jaguara, entre outras. “O objetivo foi colher propostas para transformar a realidade da Subprefeitura a partir de um diagnóstico baseado não só em números e evidências, mas também na vivência de quem mora na região”.
Diferente do PDE e do Zoneamento que tem vigência de 16 anos, a meta é fazer a discussão a cada quatro anos. “É da natureza dos Planos Regionais fundamentar uma série de propostas para estar na pauta de cada eleição municipal”. O resultado da oficina será debatido em novo encontro com conselheiros Participativos da região para validação das propostas. “Antes de ir para Câmara (no fim do ano), teremos audiências públicas”, avisa o diretor de Deurb.

Mais informações no site da Prefeitura (www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano/) na plataforma Gestão Urbana.

Obra abandonada gera reclamações na Lapa de Baixo

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Comunidade faz abaixo-assinado para pedir recolocação de asfalto na rua

Moradores e comerciantes da Rua Engenheiro Albertin e Praça Sebastião Jayme Pinto, na Lapa de Baixo, reclamam dos buracos e poeira causada pela falta de pavimentação depois que a Construtora Cappellano abandonou a obra da Prefeitura sem concluir o serviço. Como o trânsito de veículo (inclusive ônibus articulado) é intenso no trecho que fica na entrada do bairro, eles acumulam prejuízos financeiros e de saúde (problemas respiratórios). O canteiro da obra da Praça Sebastião Jayme Pinto está vazio e as máquinas foram retiradas do local. Tubos da canalização estão entre os materiais que a construtora deixou no meio da rua.
Um abaixo assinado circula entre na comunidade para pedir providências à Prefeitura (via Subprefeitura Lapa e secretaria). Segundo o documento, datado de 4 de maio, a construtora alega que a Prefeitura e a Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana) não repassam a verba referente a obra faz quatro meses, totalizando um débito de R$ 4 milhões.

Maria José da Silva teme pela segurança da comunidade que precisa passar todos os dias pela praça. “Destruíram para colocar o canteiro e agora abandonaram tudo. Já tiraram até as máquinas daqui, vão acabar invadindo”, declarou a moradora ao reclamar dos problemas respiratórios causados pela poeira levantada pelo trânsito de veículos. Além de materiais abandonados, a construtora deixou buracos pela rua, dificultando a passagem dos veículos e ônibus.

O dono de uma oficina de funilaria, Wagner Lopes Coelho Junior, reclama de prejuízos causados pela ausência do asfalto. Junior conta que já teve que refazer a pintura de veículos de clientes por causa do pó que estraga o serviço.

O proprietário de um restaurante também da Rua Engenheiro Albertin, Ademilson Santos encontra dificuldade para preparar os alimentos. “A poeira entra por todas as frestas”.
Jesus Villazon Diaz, dono de um laboratório de próteses, também reclama da falta do asfalto. “A poeira entra por todas as janelas. Tenho que fechar tudo muito bem se não estraga o trabalho”. Sueli Oliveira afirma que ligou para secretaria e falou com o engenheiro Roberto. “Ele informou que não tem dinheiro para o asfalto”.

A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) informa que concluiu 49 obras do Programa de Redução de Alagamentos (PRA) na cidade de São Paulo. E foram investidos mais de R$ 96 milhões. No caso da Rua Engenheiro Albertin e da Praça Sebastião Jayme Pinto, que é da construção de novas galerias de águas pluviais, a Secretaria informa que concluiu 80% da obra e aguarda provimento de recursos para dar andamento na execução da etapa final deste serviço.

Poeira da crise

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Foto: Arquivo JG

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Maria Isabel Coelho

A crise política e insegurança econômica têm reflexos na região. Queda no movimento do comércio, fechamento de lojas e desemprego são alguns deles. A abertura do inquérito de impeachment da presidente Dilma foi aprovado pelo Senado. Com o afastamento de 180 dias de Dilma e a posse interina do vice Michel Temer, o cenário econômico deve sofrer mudanças em relação a atual situação. Pelo o menos é o que prevê especialistas mais otimistas com a posse do novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O caos econômico reflete em obras da Prefeitura que aguardam repasses federais. Um dos casos está na Lapa de Baixo. Moradores e comerciantes da Rua Engenheiro Albertin com Praça Sebastião Jayme Pinto reclamam do abandono das obras das galerias de combate à enchentes que deveria ter sido entregue, mas continua inacabada. Na Engenheiro Albertin sobram buracos e pó causado pelo trânsito intenso de veículos e ônibus no trecho que retiraram o asfalto para fazer a obra. É que o procedimento de pavimentação engloba camadas de pedra, rachão, pedrisco, brita e a última etapa é a capa asfáltica, que não foi realizada pela construtora Cappellano, contratada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura para a obra.
Cansados de enviar mensagens e fazer telefonemas para secretaria, eles circulam um abaixo-assinado na tentativa de obter, não medidas paliativas como caminhões pipas para baixar o pó, mas providências definitivas da Prefeitura. Os ônibus articulados encontram dificuldades para atravessar o trecho na entrada do bairro.

O canteiro instalado na praça pela construtora está vazio. As máquinas foram retiradas do local. Os trabalhadores não são vistos faz pelo menos duas semanas, dizem os moradores. Fora os prejuízos financeiros e de problemas respiratórios, Maria José da Silva teme pela segurança de quem precisa passar todos os dias pelo praça onde está instalado o canteiro da obra abandonada. O medo é que o lugar vire esconderijo de bandidos e coloque em risco toda comunidade. Eles querem a reposição do pavimento. O dono de uma funilaria, Wagner Lopes Coelho Junior reclama que teve de refazer a pintura dos carros de clientes por causa da pó levantado pelo trânsito de veículos.

Os donos de restaurantes também acumulam prejuízos. Moradores contam que a informação dos trabalhadores é que a obra foi paralisada por falta de repasse de pagamento da Secretaria de Infraestrutura Urbana para construtora. Um fiscal da obra confirmou a falta empenho da Prefeitura (nota para pagamento) para conclusão do serviço.
Por outro lado, a secretaria informa que 80% da obra do Programa de Redução de Alagamentos da Rua Engenheiro Albertin e da Praça Sebastião Jayme Pinto, foi executada e aguarda provimento de recursos para dar andamento na etapa final do serviço. Enquanto isso, moradores e comerciantes continuam no pó.

A expectativa é que com o presidente Temer e seu Ministro da Fazenda, as contas públicas entrem nos trilhos para que recursos federais sejam liberados para acabar a obra e resolver de vez os problemas causados pela poeira da crise na Lapa de Baixo.

Estudantes de Etecs ocupam Diretoria Regional Centro Oeste

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Dirigente conversa com líderes do movimento de ocupação sobre a pauta de reivindicações

Um grupo de estudantes de Etecs ocupou a sede da Diretoria Regional de Ensino Centro Oeste (DRE Centro Oeste) na manhã de quinta-feira, 5, em Perdizes. A DRE Centro-Oeste administra 75 escolas da rede da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, muitas delas na região da Subprefeitura Lapa. Segundo o estudante da ETEC Artes, Ricardo Santos, a ocupação da sede da diretoria ocorreu às 6h de quinta-feira. Os funcionários foram impedidos de entrar para o trabalho. “A ocupação é contra a reorganização escolar do governo, também reivindicamos qualidade na educação e na merenda que praticamente as escolas não têm ou recebem merenda seca, tipo barrinha”, declarou o estudante por cima do muro da Diretoria Regional de Ensino.

O dirigente Regional da DRE-Centro Oeste (em exercício), Nonato Assis de Miranda disse que conversou com o grupo. “Eles questionam sobre a CPI da Merenda. Respondemos que não depende de nós (a instalação) e sim da Assembleia Legislativa e que a investigação está no Ministério Público.

O porta voz da ocupação acusa a secretaria de promover uma reorganização mascarada com fechamento de salas e superlotação em outras. O dirigente afirma que o processo de reorganização está suspenso. “A Secretaria de Educação tem uma orientação muito rígida. Existe um número limite de alunos por classe: anos iniciais 30, anos finais de Ensino Fundamental 35 e Ensino Médio 40 alunos. Embora a resolução nos permita colocar 10% a mais (na sala), nós não seguimos essa orientação, ao contrário, se tínhamos, por exemplo, uma escola com sala de 36 alunos foi dividida em duas salas de 18”, afirma Miranda. “Não fechamos nenhuma sala, se não abrimos mais é porque não temos alunos”, acrescenta o dirigente.

O processo de licitação de cuidadores para alunos deficientes de escolas da DRE-Centro Oeste ficou prejudicado, segundo Miranda. “Existe um processo para fazer licitação para contratação de cuidadores e hoje (quinta-feira, 5) seria a publicação do pregão para as empresas apresentarem as propostas. Infelizmente a gente corre o risco de deixar esses alunos sem cuidadores em decorrência de não fazer o pregão porque o processo está aí dentro (do prédio ocupado)”, conclui Miranda.

Representante da Secretaria disse que a secretaria pediu na Justiça a reintegração de posse do prédio, a exemplo da sede administrativa do Centro Paula Souza desocupado (após uma semana), com força policial, na manhã da sexta-feira.