Editorial

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Algumas vezes entram pessoas no nosso caminho que nos marcam. É o caso da catadora de papel Maria Cristina Juvêncio de Oliveira, com uma história pouco comum – aquela que o jornalista mais adora contar. Mãe de cinco filhos, com uma renda de R$ 200 mensais. Todos pensariam “é mais uma excluída da sociedade brasileira”.
No entanto, Maria Cristina é mais uma personagem da força de vontade do ser humano e da potencialidade do povo brasileiro frente às dificuldades das circunstâncias. Com todos os seus problemas, conseguiu passar no vestibular e – a partir do mês que vem se tudo der certo – vai cursar Pedagogia, que lida com a educação, uma das áreas mais carentes deste país. No entanto, ela teme não poder freqüentar as aulas na Faculdade Tereza Martin porque não vai conseguir pagar uma mensalidade no valor de R$ 390,00.
Mesmo assim, a catadora de papel afirmou que vai continuar sua luta. Todos reclamamos de tudo que está contra nós. É fácil suspirar criticando situações adversas. Maria Cristina, ao contrário, vive sorrindo, como se estivesse todos os dias agradecendo a Deus pela vida que leva. Acima de tudo, quando realizei a entrevista, pude notar numa pessoa sem recursos financeiros uma graciosidade e felicidade ímpar.
Estamos num momento de grandes mudanças. Boa parte da sociedade brasileira se sensibilizou com o Projeto Fome Zero, do atual governo. Há esperanças. Mas todos nós sabemos que não basta comida. Uma das maiores conquistas do ser humano é a liberdade, a independência e a auto-suficiência, que transformarão o Brasil numa nação viável, com uma população cada vez mais apta no exercício da cidadania, defendendo com mais vigor sua cultura.
Esses valores são adquiridos, por meio da educação. Maria Cristina necessita estudar não só para se graduar no Ensino Superior. O ponto nevrálgico é que ela poderá formar novos alunos para o futuro da nossa sociedade, já que seu maior sonho é voltar a lecionar e alfabetizar alunos.
Por isso, caro leitor, espero que todos leiam com atenção esta reportagem para entender o quanto precisamos ajudar o próximo e aprender com esta catadora de papel que se tornou universitária.
Sinceramente, faço um apelo para que alguma coisa seja feita para auxiliar os estudos de Maria Cristina, pensando nas pessoas incomuns que educaremos em breve.

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