Moradores pedem ajuda para evitar bloco de Carnaval

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Festa promovida por alunos da PUC assusta moradores que se movimentam para impedir evento

Antes do período letivo a Rua Ministro Godói apresenta um movimento moderado, já que conta com diversos bares e um hostel. Porém, o cenário é muito diferente nos períodos de trote da Pontifícia Universidade Católica, que culminam em um grande público de universitários na rua. Além da recepção de calouros, os moradores da via tiveram muitos problemas para conter os “pancadões” realizados lá. As festas não tinham horário para terminar e resultavam em barulho, consumo de drogas e sujeira, além da impossibilidade dos moradores de entrar e sair de casa. Após o esforço coletivo do Conseg Perdizes, associações de bairro, GCM, CET e PSIU, as festas de grande porte foram contidas em agosto do ano passado, mas os moradores estão apreensivos com a possível volta da perturbação no período de Carnaval. “O trote será no dia 20 de fevereiro e no dia 23 terá o bloco “A PUC que te pariu”, que conta com mais de sete mil pessoas confirmadas no evento do Facebook e 28 mil interessados”, afirma a moradora e presidente da Associação Viva Perdizes Gisela Scheinpflug.

Pancadão – Os vizinhos da faculdade acreditam que a realização do bloco no local seria uma tentativa de voltar com os “pancadões”. “O Carnaval é uma festa folclórica de rua, onde os moradores desfilam e dispersam. Na PUC é pancadão, uma festa disfarçada com contratação de DJs, banda, etc”, afirma Antônio Monteiro, presidente do Conseg Perdizes. Sônia Gouveia que mora em frente à faculdade relata que já teve que parar seu carro em um estacionamento porque não conseguia chegar em sua garagem. Ela mora com sua mãe de 87 anos e teme que alguma emergência que precise de socorro aconteça em um momento em que a rua estiver interditada.

Durante a reunião do Conseg, realizada na terça-feira (17), os moradores levaram suas demandas ao prefeito regional Carlos Fernandes, que esteve no encontro. Quem também esteve presente foi o pró-reitor de cultura e relações comunitárias da PUC, Antônio Carlos Malheiros, que afirmou que a universidade não compactua com o evento. “Todos gostamos de alegrias, mas quando passam por abusos é inadmissível. O bloco não é da PUC, estamos tomando providências para mudar o nome”, afirma. Malheiros relata que uma das organizadoras da festa é aluna da instituição. Ele afirma ainda que irá acioná-la para a mudança do nome do evento e, se de fato ocorrer, a PUC estará fechada para que nenhum dos foliões tenha acesso às dependências da faculdade.

Carlos Fernandes se reúne com a CET na próxima semana para debater o tema, mas defende que o evento não pode ocorrer de forma prejudicial aos moradores. “A incomodidade deve ser sanada ou o evento não poderá acontecer”, declara. Cerca de 40 blocos se cadastraram para desfilar na região da Prefeitura Regional Lapa, mas ainda passarão por análise do trajeto antes da autorização.

1 COMENTÁRIO

  1. Lamentávelmente vivemos em uma era onde o respeito foi banido, junto com a dignidade…acabou, 100 futuro com esse futuro que se apresenta…lamentável.

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