Progresso

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A forma de se fazer política mudou e continua mudando ao longo do tempo. A forma de participar também. Na Grécia Antiga, em Atenas, a democracia era direta, sendo que os cidadãos podiam decidir e deliberar sobre os assuntos públicos. Hoje nosso modelo é o da democracia representativa, onde são eleitos representantes do povo, afinal, um modelo direto de participação seria inviável para populações tão numerosas.

No Brasil, durante nosso passado colonial e imperial, tínhamos o chamado voto censitário, concedido àqueles que preenchiam determinados quesitos de ordem econômica. Algumas coisas exóticas também aconteciam, como o voto por procuração, quando o eleitor transferia seu direito de votar à outra pessoa. Sem um título de eleitor e com a identificação dos cidadãos feita por testemunhas e integrantes da mesa apuradora, não é preciso dizer que eram contabilizados votos de crianças, pessoas mortas e de moradores de locais que não pertenciam ao município onde ocorria o pleito. Se existe algo que a humanidade sabe fazer são as fraudes. Mas felizmente o voto por procuração foi proibido em 1842.

Já as mulheres brasileiras conquistaram o seu direito de votar em 1932, após intensa mobilização nacional. Para citar algumas figuras dessa luta temos Leolinda Daltro, que fundou o Partido Republicano Feminino em 1910, e Bertha Lutz, que em 1922 criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e realizou a ocupação das galerias do Congresso pedindo o voto feminino. Porém, o decreto de Getúlio Vargas em 1932 não foi uma conquista completa. Só podiam votar mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria. Em 1934 as restrições foram extintas e em 1946 o voto passou a ser obrigatório. O mais triste é ver mulheres em 2018 criticando o feminismo ao mesmo tempo em que participam intensamente de campanhas políticas. Vai entender.

Também tivemos o movimento Diretas Já!, uma mobilização pela democracia durante a ditadura militar. Vamos reforçar aqui que foi ditadura mesmo, com repressão e tortura, para o caso de surgir algum maluco que queira reescrever a história a seu bel-prazer.

Com falhas, dificuldades e corrupção nosso país segue em seu modelo democrático. Ainda temos que lutar muito para que o Brasil seja mais justo, que as pessoas tenham as mesmas oportunidades, que a violência deixe de ter um impacto tão grande na sociedade e que os cidadãos possam usufruir de seus direitos, seja na esfera nacional ou mesmo regional, no bairro em que moramos. A jornada é longa, mas não é impossível. Que neste domingo todos utilizem seu voto com consciência para caminharmos para um futuro melhor e não ao retrocesso.

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