Evento é realizado na frente de local da prova do Enade

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Foto: Rosana Braccialli

Rosana Braccialli
Barracas próximas ao Centro Universitário São Camilo

No último domingo (25) foi realizado o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2018. A prova avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação, em relação aos conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas em sua formação. O exame é obrigatório para o registro da regularidade no histórico escolar, sendo que o estudante que não realizar a prova não poderá receber o seu diploma enquanto não regularizar a sua situação. As provas começaram às 13h30 e os portões dos locais que receberam o exame foram abertos às 12h e fechados às 13h.

O Centro Universitário São Camilo, localizado na Rua Raul Pompeia, foi um dos locais de prova, porém, na frente do prédio, também foi realizada a 8º edição do Jingle Blues, evento do Centro Cultural Pompeia, com música e feira de artesanato e gastronomia.

Uma estudante que falou com o jornal e pediu para não ser identificada afirma que teve dificuldades para acessar o local. “Acabei perdendo a prova do Enade, o que vai me gerar complicação de não pegar meu diploma ou não conseguir fazer a colação. Vou ter que fazer justificativa a partir de janeiro para ver se o Inep aceita. Eu cheguei às 13h02, e um dos motivos foi o trânsito na Barra Funda por causa da concentração do Palmeiras, com trânsito pesado, e estava tendo essa feirinha onde o carro não podia ir. O acesso, como eu não conheço aí, eu não sabia se era para a direita ou esquerda, então tive que parar antes e ficar procurando. Acho que isso acabou me atrapalhando também”, diz.

Questionada, a CET informa que não foi comunicada pelo centro universitário sobre a realização da prova do Enade, e em razão disso, autorizou a realização do Jingle Blues com bloqueios nas ruas Padre Chico e Raul Pompeia. A Subprefeitura da Lapa informa que o evento não tinha autorização e que não foi pedido para usar o logo da subprefeitura no material de divulgação do evento. A Secretaria Estadual da Cultura, cujo logo também consta no flyer, afirma que o evento teve apoio institucional da secretaria, que apoiou a divulgação do evento e que a responsabilidade sobre os detalhes como data e horário é dos realizadores do evento. O Centro Universitário São Camilo informa que apoiou institucionalmente o evento Jingle Blues, sendo um dos patrocinadores, e que tomou ciência das atrações na rua no dia 22 de novembro, data em que foi informada imediatamente à coordenação do Enade. Na mesma ocasião foi solicitada à organização do evento que o acesso à instituição ficasse livre, sem barracas no portão principal e na saída de veículos, onde se encontrava uma ambulância e, além disso, que o volume sonoro das atrações permanecesse baixo. Além dos participantes do evento, foram montadas barracas de instituições de ensino na entrada, sem relação com o evento ou centro universitário. A coordenadora do Enade, segundo o Centro universitário São Camilo, comunicou que não recebeu nenhuma reclamação dos estudantes que realizaram a prova, tanto na entrada, quanto durante e depois da prova.

Cleber Falcão, coordenador do Centro Cultural Pompeia, afirma que soube da realização da prova no final da tarde de sexta-feira (23), e que a data era muito próxima para cancelar o evento. “Se eu soubesse dez dias antes, eu iria adiar o evento, não cancelar. Eu tenho 40 anos de eventos, sendo que os eventos que eu faço na Pompeia são 31 anos. Não tem como questionar a minha postura. A minha programação musical foi reduzida em respeito à prova. Eu não tenho como entender que eu criei algum problema, o que a gente faz é uma tradição cultural do bairro”, diz.

Questionada sobre quais são as autorizações necessárias, a Secretaria Municipal das Subprefeituras afirma que, além da CET, a subprefeitura da região em que o evento acontecerá deve sim aprovar a realização para que ele aconteça.

Apoio

A Página Editora, responsável pela produção do Jornal da Gente, apoiou os eventos realizados pelo Centro Cultural Pompeia durante anos seguidos. Deixou de fazê-lo nos últimos anos, segundo o diretor da empresa Ubirajara de Oliveira, por orientação de sua assessoria jurídica. “As novas exigências definidas pelos órgãos municipais passaram a não ser atendidas pelos organizadores e poderíamos ser corresponsabilizados se algo grave acontecesse e o Ministério Público fosse acionado”, explica.

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