Entidade oferece atividades para autistas

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Maria Lúcia, João Vitor, Emerson Silva e Wilma na sede da BIA na Vila Romana

Apesar de sua considerável incidência, ainda faltam muitas informações sobre o autismo no Brasil. Seja pelo fato da síndrome só ter sido catalogada em 1993, pelas suas diversas formas de manifestação ou mesmo pelo fato de não existirem causas totalmente conhecidas para sua ocorrência. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam o aumento de um caso em 150 crianças, em 2000-2002, para um caso em 68 crianças durante 2010-2012, e um caso em 59 crianças em 2014. O Censo 2010 aponta que em cada grupo de cinco pessoas, ao menos um porta uma deficiência intelectual ou física, moderada ou grave.

Existe estrutura, tanto pública como privada, para a orientação de familiares e apoio às crianças recém-diagnosticadas, porém, o mesmo não acontece com adolescentes e adultos. Pensando nisso, as irmãs Wilma e Maria Lúcia Andrade inauguraram esta semana uma sede na Rua Vespasiano com o objetivo de atender tanto as pessoas com autismo como orientar as famílias e cuidadores. Wilma trabalhou nos Estados Unidos, na coordenação do BIA – Brazilian International Association of Autism – e Maria Lúcia é mãe do João Vitor, de 27 anos, que é autista, então as duas têm muitas experiências para compartilhar. “Muitos profissionais não têm o treinamento necessário. A lei prevê que as crianças autistas frequentem a escola com outras crianças, mas sabemos que os professores têm dificuldades para cuidar muitas vezes de 40 alunos e também de um aluno que precisa de uma abordagem especial para se desenvolver. Mas mesmo com algumas dificuldades, a criança tem estímulos na escola. A questão é que essa criança cresce e vira um adulto, e o autismo o acompanhará por toda a vida. Eles precisam ser estimulados para terem mais qualidade de vida, autonomia e serem respeitados dentro de suas limitações. Isso é inclusão”, afirma Wilma.

A sede da BIA na Vila Romana oferecerá diversas atividades que permitem tanto o desenvolvimento físico como o pedagógico e cultural. A falta de profissionais especializados na área também despertou o interesse de Emerson Silva, diretor-secretário da BIA e monitor. “Essa atuação é muito importante porque é difícil encontrar lugares que trabalham o autismo de forma específica. Tem muita demanda e poucos profissionais. As famílias precisam de um lugar como esse. É um trabalho muito gratificante”, diz.

Quem quiser pode agendar e receber uma orientação e avaliação gratuita. Com o objetivo de prestar um trabalho social, os casos serão avaliados para que as atividades possam ser desenvolvidas dentro da capacidade econômica de cada família. A BIA fica na Rua Vespasiano, 94, e os agendamentos podem ser feitos pelo e-mail biawilma@gmail.com ou pelos telefones 2389-0521/97402-3505/99542-3404.

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