União e organização

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“Enquanto em outros locais teve morte, briga e facada, no nosso teve nascimento”. Essa frase do subprefeito da Lapa, Leo Santos, ilustra como foi o pós-carnaval de rua na região. Isso porque no domingo (8), em um bloco na Avenida Marquês de São Vicente, uma jovem de 17 anos entrou em trabalho de parto e teve o bebê dentro da ambulância. O episódio teve um bom desfecho, que só foi possível por causa da organização dos agentes que estavam lá.

De forma geral, é muito difícil prever todas as possibilidades de urgências ou problemas que podem ocorrer em um evento de grande porte, na rua, com todas as variantes imprevisíveis do comportamento humano. É preciso estar preparado para apagar incêndios, literalmente. Assim como em shows e festivais, revistar as pessoas na entrada e saída é uma forma de assegurar a segurança de quem está no evento. Outro acerto foi disponibilizar opções de alimentação para reduzir o impacto das bebidas alcoólicas. Identificar e oferecer locais de descarte correto para o lixo, banheiros químicos e serviços é uma forma de atender tanto as pessoas que estão na festa como as equipes que irão trabalhar na limpeza.

Se o carnaval foi um exemplo positivo, mesmo com o impacto inevitável do fechamento de ruas e barulho para quem não aprecia a festa, infelizmente, essa união e organização não ocorrem em todas as esferas. A falta de comunicação e dependência entre atores diversos ainda têm grande impacto na administração pública. Um exemplo é o caso da poda de árvores. Moradores se queixam da necessidade de remoção de galhos que estão em contato com a fiação elétrica. A subprefeitura precisa do apoio da Enel para executar o serviço. Se no dia de realizar o trabalho a CET não for acionada, há o risco de alguém estacionar o carro embaixo da árvore e a poda ter que ser adiada. Mais do que executores de serviços, devíamos ter mais pessoas responsáveis por organizar o fluxo de trabalho na cidade.

Quando há interesse, a união e organização deveriam fluir, mas isso nem sempre acontece. Por exemplo no caso da Operação Urbana Consorciada Água Branca, que foi um dos temas da reunião do CPM Lapa essa semana. Intervenções como as obras de moradia já têm projeto e dinheiro. Por que ano após ano a construção não sai? Somente através da mobilização constante é possível conquistar uma sociedade, cidade ou bairro melhor.

E como domingo temos o Dia Internacional da Mulher, cabe aqui parabenizar as muitas mulheres da região engajadas com diversas causas sociais, ambientais, estruturais, de segurança, de saúde, empreendedoras e artistas. A Lapa tem bons exemplos e não é somente no carnaval.

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