Hora de acontecer

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Apesar do início da propaganda eleitoral ser somente no dia 27 deste mês, já estamos definitivamente em clima de eleições. Candidatos à Prefeitura e Câmara Municipal já declaram sua intenção de participar ou não do pleito e também vemos certa corrida para a aprovação de projetos e entrega de obras dos mandatos vigentes.

O clima de eleição também já está presente entre os eleitores. Durante a visita do prefeito Bruno Covas essa semana nas obras que estão em andamento na Rua Guaicurus, motoristas e pedestres que passavam e identificaram quem estava lá, deram gritos de apoio e de críticas. Na coletiva após a visita, Covas disse que a Prefeitura está “correndo” para entregar 66 das 71 metas previstas no programa de metas, e que apenas cinco serão difíceis de realizar. Porém, ao analisar cada um dos itens, alguns são bastante genéricos, como por exemplo manter a cidade limpa e combater o comércio ilegal, que são coisas feitas continuadamente, mas quase impossíveis de resolver de forma definitiva. Já a meta sobre a redução de mortes no trânsito será beneficiada pela redução de motoristas nas ruas com o decreto de quarentena.

Na Câmara, depois de semanas entrando na pauta, mas sem ter discussão, os vereadores aprovaram em primeira votação o projeto que revisa a já aprovada lei da Operação Urbana Consorciada Água Branca (OUCAB). O PIU Leopoldina que também estava previsto para ser votado, foi retirado da sessão.

A votação da revisão da OUCAB foi rápida, com 48 votos favoráveis e nenhum contrário ou abstenção. Curioso pensar que alguns vereadores estiveram presentes nas audiências públicas de apresentação da revisão, todas lotadas, com muitas críticas à proposta de mexer no projeto.

Moradores, associações e entidades que atuam no perímetro da Operação Urbana temem que reduzir o valor dos Cepac irá inviabilizar parte das obras importantes previstas no projeto. E não podemos esquecer que entre as últimas audiências públicas e agora, o mundo mudou completamente. Os estudos que embasam a revisão da lei deveriam ser revistos, da mesma forma que revimos muitos dos nossos hábitos com a pandemia. Ao mercado que constrói sempre será mais interessante o menor preço a pagar, mas se algo ficou claro com a Covid-19 é a necessidade de habitação digna que temos na cidade.

Os vereadores deveriam ser solícitos e escutar as pessoas que são atingidas por esse projeto de lei, afinal tudo que fizerem agora será bem lembrado nas urnas.

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