JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
A Lapa perde um de seus filhos mais destacados. Morreu no último domingo, dia 24 de outubro, o jurista Emeric Lévay. Com 75 anos de idade, o advogado ilustre sofreu um infarto fulminante. Lévay foi enterrado no Cemitério da Lapa na segunda-feira, às 11h, na presença de colegas de trabalho, parentes e amigos, entre eles o poeta Paulo Bonfim. A missa de sétimo dia será celebrada no Largo São Francisco (Centro de São Paulo) na quarta-feira, dia 3 de novembro, às 18h. O jurista era casado com Ludwig Lévay e deixa quatro filhos e uma filha.
Morador da Rua dos Aliados, Emeric Lévay nasceu na Romênia, mas era de origem húngara, Lévay foi o primeiro naturalizado a ocupar os cargos no Ministério Público de São Paulo, em 1957, seguindo a carreira de promotor. Em 1993, foi promovido ao cargo de desembargador, tornando-se o primeiro brasileiro naturalizado a exercer a função no Brasil. Foi membro do judiciário paulista por 45 anos. Aposentado, o magistrado prestava serviço como coordenador do Museu do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, onde se encontra a memória do Direito Paulista. Lévay também era catedrático da Academia Paulista de História, ocupando a cadeira número 28, que pertenceu ao historiador Teodoro Sampaio. Também foi membro da Sociedade Amigos da Vila Anastácio (Sava) entre 1953 e 1956. Segundo Lajos Beres, um de seus melhores amigos, Lévay era uma sumidade. “Começou pobre e chegou longe por méritos próprios. Foi o único estrangeiro, que enfrentou até o presidente da República da época para conseguir ocupar o cargo de magistrado”, relembra Beres.
Outro colega do jurista é Nereu Mello, que lembra de Lévay como um “proficiente escritor do Direito Penal na Faculdade de Direito do Mackenzie”. “Leváy era um historiador competente que dirigia o Museu do Tribunal de Justiça impecavelmente. Foi uma grande perda”, conclui.