Ceagesp não sai da Vila Leopoldina

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Maior entreposto da América Latina terá de passar por reformas

A forte verticalização ao redor da Ceagesp leva determinados corretores de imóveis a passar ao cliente interessado em comprar um apartamento na região a seguinte informação no curtíssimo prazo o entreposto de alimentos localizado na Avenida Gastão Vidigal deixará a Vila Leopoldina e ocupará uma área no rodoanel. Na verdade, tal afirmação não é verdadeira.
O JG apurou com fontes do governo federal, que controla o entreposto, e também junto a fontes do governo municipal, que não existe em curso nenhum movimento de transferência da Ceagesp. Qualquer afirmação desse tipo é mera especulação. Confira a complexidade de uma hipotética transferência.

• O entreposto ocupa mais de 700 mil metros quadrados. Para torná-lo moderno e competitivo, no padrão dos grandes centros de alimentos mundiais, seria preciso uma área no mínimo duas vezes maior, ou até mais ampla. O tão falado terreno no rodoanel tem 500 mil metros quadrados.

• Mudar a Ceagesp é construir uma cidade no local indicado para a transferência. Supondo que a Ceagesp fosse para o Rodoanel, a área ocupada teria de receber grandes obras de infra-estrutura: água, esgoto, energia. Não existe água chegando naquela região do rodoanel. A  Sabesp iria ter que investir pesado na rede. Seria preciso montar uma estação de tratamento.

• Na Ceagesp trabalham 10 mil funcionários. Onde iria morar toda  essa gente? Seria preciso um plano de moradias na região escolhida. E como essa gente chegaria até o entreposto no rodoanel? Seria preciso pensar num sistema de transporte público. E os filhos dessa gente ficariam em que escolas e creches? O governo teria que construir tais equipamentos.

• Uma mudança, como esta, partiria da casa dos 3 bilhões de reais. Só para se ter uma idéia do que representa esse valor, basta dizer que em 2008, para uma das áreas mais críticas da capital, o transporte público, o governo Serra reservou R$ 2,2 bilhões para investimentos no metrô.

• Por fim, existe a questão da mudança no impacto dos preços dos alimentos. O que faria um feirante ou o dono de um restaurante se tivesse de rodar 30 ou 40 quilômetros para chegar ao entreposto e mais 30 ou 40 quilômetros para voltar?  O repasse desses custos para o bolso do consumidor seria inevitável.

• Estudo encomendado pela Ceagesp e assinado pela Universidade de São Paulo indica que o melhor local para o entreposto ainda é a Vila Leopoldina.

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