Orlando Villas Bôas

0
726

A Assembléia Legislativa de São Paulo promoveu a Semana Orlando Villas Bôas (V Fórum Nacional de Identidade Brasileira), com exposições gratuitas de artes plásticas, com debates sobre questões indígenas e cultura de integração, além de uma reflexão profunda a cerca da identidade brasileira. O evento aconteceu na semana passada (de 25 a 29 de abril) e reuniu membros ilustres da nossa comunidade.
Durante a abertura da solenidade no auditório Teotônio Vilela, houve apresentações de dança e um debate muito profícuo sobre a questão ecológica urbana. O leitor pode se assustar sobre a relação entre o sertanista, que percorreu o ambiente rural do Roncador Xingu (Região Norte e Centro-Oeste do Brasil), e a megacidade em nosso entorno.
Orlando Villas Bôas viveu até o final de sua vida na Lapa. Sempre se reuniu com membros das Associações Amigos de Bairro da nossa região e sempre defendeu o ser humano e o seu habitat. Por diversas vezes, o indigenista conversava sobre as nossas praças, bosques e os pássaros que voavam pelo bairro da gente.
A questão ecológica deve ser encarada por todos nós moradores da região como um desafio urbano. É legítimo defender as baleias, a fauna da Mata Atlântica, os rios da Amazônia, mas convenhamos vivemos aqui no bairro um problema ambiental muito grave. Temos problemas complexos em frente à nossa janela, bem perto de nós. Nossas áreas verdes precisam de manutenção constante do poder público e da comunidade. Temos um trânsito intenso de veículos que despejam monóxido de carbono na nossa atmosfera, uma verticalização desenfreada e a redução gradual do nosso verde – todas essas intervenções urbanas pioram a nossa qualidade de vida.
Villas Bôas é um expoente de luta pela natureza também no bairro. Façamos de sua conduta ética um exemplo para conquistar um parque na Vila Leopoldina. Promovamos mais debates e encontros para discutir alternativas à degradação de nosso meio urbano. A luta por uma avenida na Pompéia, o movimento contra a construção caótica de prédios, a busca de um trânsito mais civilizado na Vila Leopoldina, a organização urbana na região da Caixaria, entre outros desafios que a nossa comunidade está encarando com coragem, mas ainda com poucas pessoas.
Nesta edição, o leitor terá condições de entender um pouco melhor esses problemas e como a memória do sertanista de reputação internacional, mas que escolheu a Lapa como moradia, pode servir de incentivo para ações práticas no seio da nossa comunidade.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA