A crise que toma conta do Hospital Sorocabana, única unidade da região da Lapa que atende pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS), mobiliza parte do Conselho da entidade.
Um grupo de conselheiros, recém-empossados em seus cargos, está disposto a iniciar uma mobilização, que tem por objetivo mostrar à sociedade a realidade administrativa do hospital, atolado, desde 2005, numa crise que parece não ter fim. “Pedimos um voto de confiança no nosso trabalho”, disse um dos novos membros do Conselho do Hospital.
Contudo, a tarefa dos conselheiros de buscar uma transparência administrativa não será fácil. Em recente entrevista ao Jornal da Gente, a presidente do Hospital Sorocabana, Silvia Fernandes Pereira, negou-se a revelar o tamanho do déficit da instituição. “Temos que prestar atendimento à população. O quanto nós ganhamos ou pagamos, não interessa. Temos que atendê-la e basta”, disse ela, encerrando a entrevista.
A pressão em torno de Silvia Pereira também se faz sentir fora das quatro paredes do hospital da Rua Catão. A Câmara Municipal já aprovou pedido feito pelo vereador Aurélio Nomura (PV), que convida a presidente do Sorocabana a prestar esclarecimentos sobre a crise da instituição mantida basicamente com verbas públicas do Sistema Único de Saúde.
Hospitais ganham verbas de 94
Na época de implantação do Plano Real, a passagem da URV em moeda corrente trouxe prejuízos aos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS), por conta de equívocos na tabela de conversão. Ação impetrada pela Federação Brasileira de Hospitais (FBH) foi julgada procedente pela Justiça, que obrigou o governo federal a pagar a diferença em 10 parcelas anuais. As quatro primeiras, referente a 2004 até 2007, já estão disponíveis para o repasse dos valores, aos quais cada hospital conveniado tem direito. Mais informações podem ser obtidas na Associação dos Hospitais do Estado de São Paulo (Avenida Ipiranga, 919, cj 1711. Telefone: 3337.5757)