As dificuldades administrativas no Hospital Sorocabana, que dispõe de 150 leitos via Sistema Único de Saúde (SUS), não têm fim. No final de novembro de 2008, a presidente da Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana, Silvia Terezinha Tavares Pereira, teve de recorrer ao sistema bancário para honrar compromissos com a folha de pagamento. Junto ao Banco ABC Brasil, Silvia contraiu um empréstimo no valor de R$ 1,5 milhão a ser pago em 12 parcelas de R$ 149.491,53, a primeira vencendo em 15 de janeiro. A garantia dada ao banco pela Associação foi a cessão fiduciária dos créditos que o hospital tem a receber da rede pública SUS. Detalhe: cerca de 90% do atendimento do Sorocabana é feito a partir do convênio com o Sistema Único de Saúde.
Ao questionar tal empréstimo na Justiça, o advogado André Ismail Galvão, representando o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana – sustenta que apenas metade do empréstimo foi utilizada para pagamento de pessoal e fluxo de caixa. Ele lembra, também, que “a remuneração do SUS por atendimentos serve tão somente para manter o mínimo operacional e não vislumbra auferimento de lucros nesses casos, ou seja, fatalmente os hospitais (da mantenedora) terão muita dificuldade para se manter em funcionamento, com a consequente redução de recursos. O pior: onde está o dinheiro advindo do empréstimo?”
Também judicialmente, o Sindicato tenta garantir a realização de uma Assembléia Extraordinária do corpo de sócios da Associação com o objetivo de fazer com que Silvia Pereira preste contas de sua gestão.
A Justiça já deu parecer favorável ao Sindicato, obrigando Silvia a convocar a Assembléia em janeiro deste ano. No entanto, o edital publicado na imprensa pela mantenedora do Hospital Sorocabana apresenta um erro grosseiro: a data de convocação da Assembléia Extraordinária é 15 de janeiro de 2008.