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O Núcleo de Apoio ao Deficiente Visual da
 Biblioteca de Ciências Mário Schenberg recebe inscrições de pessoas
 cegas ou de visão sub-normal que queiram ter acesso aos mais de 750
 títulos em braille, falados ou digitalizados, de livros ou revistas. 
 Além de máquina braille, o núcleo oferece acesso a um computador, doado
 pela Serpro e destinado aos deficientes visuais, uma lupa eletrônica
 conectada a uma televisão de 20” para deficientes de visão subnormal,
 que aumenta o tamanho das palavras, bem como orientação para escrita e
 leitura braile. 
 Em funcionamento há 19 anos, o serviço começou por iniciativa da
 moradora da região de Perdizes, Leila Bernaba Jorge Klas, em abril de
 1990. Advogada por formação, ela perdeu a visão em um acidente, quando
 ainda cursava o primeiro ano da faculdade de Direito. Leila conta que
 chegou a exercer a advocacia, mas acabou entrando na Prefeitura em
 1982. “Eu trabalhava no Centro Cultural São Paulo, e pedi para vir para
 Lapa. Quando cheguei (na sala de pesquisa), não tinha nada para cego.
 Percebi que havia uma doação de obras em braille e também uma máquina
 braille porque tinha outro cego trabalhando na biblioteca. Eu pedi que
 ele me emprestasse a máquina, ele topou, e começamos o trabalho”,
 revela Leila.
 No início eram poucas obras. “A gente começou com uma estante, depois
 duas e a coisa foi crescendo até que a Prefeitura reconheceu o núcleo,
 começou mandar verba e fez um contrato com a fundação Dorina Nowil. Aí
 a gente não vivia só de doações”.
Inscrições:
Todos os meses são feitos cerca de sessenta atendimentos. Os
 empréstimos não são restritos aos moradores do bairro. “Existem
 usuários que vem todos os dias, como o João Loro (um técnico em
 radiologia que trabalha em uma unidade de saúde da rua Roma), uns
 eventualmente, e alguns de outros Estados como Florianópolis e Paraná
 que recebem as obras pelos Correios, via secograma, que é isento de
 tarifa”, explica ela. 
 Para ter acesso ao acervo é preciso se inscrever, apresentando um
 comprovante de residência atualizado com o mesmo nome do documento de
 identidade e ser deficiente visual. 
 Além do acervo, Leila dá aulas para os deficientes com dificuldade em
 aprender braille. “Ensino por amor, não ofereço nenhum certificado. O
 meu objetivo é ajudar no desenvolvimento cultural do deficiente
 visual”, encerra ela. 
 O Núcleo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos
 sábados das 9h às 16h, na Rua Catão, 611. Outras informações pelo
 telefone 3672-0456.
 
 






























