O tombamento dos bairros Bela Aliança e
Alto da Lapa, região conhecida por City Lapa, foi sacramentado na
reunião do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e
Cultural da Cidade de São Paulo (Conpresp) realizada na terça-feira, 31
de março. Além de bolsões residenciais, foram tombadas áreas onde
existe atividade comercial, como o lado par da Rua Pio XI (lado
direito, no sentido de quem sobe a Rua Nossa Senhora da Lapa para a Rua
Cerro Corá). Os dois lados da Rua Gavião Peixoto e lado ímpar da Barão
de Jundiaí (lado direito de quem segue em direção Rua Clélia).
Ações como desmembramentos ou remembramentos de lotes, remoção de
árvores, reformas de calçadas, por exemplo, terão que passar,
necessariamente, pelo crivo do Conpresp. Reformas nos imóveis
comerciais ou residenciais, por sua vez, terão que ser comunicadas à
Subprefeitura da Lapa, que receberá do Conpresp orientações específicas
sobre como proceder. “Esse tombamento não engessa a região, apenas
protege uma área de enorme valor para o meio ambiente da cidade como um
todo”, avalia o presidente da Associação Amigos e Moradores o Alto da
Lapa e Bela Aliança (Assampalba), Roberto Rolnik Cardoso, que sempre
esteve à frente da luta pela total preservação da City.
Já o historiador José Carlos de Barros Lima lembra que recente decisão
do órgão estadual de preservação do Patrimônio, o Condephaat considerou
desnecessário tombar a City Lapa entendendo que a legislação vigente é
suficientemente forte para proteger o bairro. “Os conselheiros do
Condephaat ao compararem, num período de 20 anos, um bairro tombado
(Pacaembu) com outro não tomado (Alto de Pinheiros), os dois loteados
pela Cia. City, verificaram que ambos mantiveram, da mesma forma, sua
preservação, sem nenhuma diferença, pois já tinham as garantias legais,
e, as clausulas pétreas das escrituras, que para o resto da vida,
obrigam os contratantes, seus herdeiros e sucessores (a respeitar a
legislação)”.