A única referência do Sistema Único de
Saúde (SUS) da região, o Hospital Sorocabana, continua entregue ao
descaso das autoridades públicas e ao jogo de interesses de grupos
corporativos. O resultado final, que atenta contra os interesses da
população, é uma estrutura hospitalar em decadência, com banheiros
imundos (com fezes expostas e revistas pornográficas pelo chão); lixo
hospitalar (colchões) espalhado a céu aberto; cozinha com alimentos
encaixotados ao lado de móvel empoeirado e deteriorado. No site
(www.jornaldagente.inf.br/galerias/sorocabana.htm) é possível conferir
essa deprimente galeria de fotos.
Em junho de 2008, a reportagem do JG denunciava a precária situação de
funcionamento da lavanderia, que operava sem respeitar nenhum requisito
básico de higiene recomendado pelo Ministério da Saúde. Após a
denúncia, a Vigilância Sanitária (governo estadual) autuou o hospital
que se comprometeu a realizar as mudanças necessárias. Na
segunda-feira, 29, a reportagem voltou a flagrar o funcionamento
irregular da lavanderia.
Ao receber do JG um CD com as fotos denunciando o atual estágio de
funcionamento do Sorocabana, a chefe de gabinete da Ouvidoria
Municipal, Maria Lumena Sampaio garantia: “vamos encaminhar esse
material à Secretaria Municipal de Saúde”.
No mesmo instante em que a reportagem do JG flagrava a deterioração de
uma unidade hospitalar que recebe do SUS mais de R$ 2,5 milhões, as
chapas que concorriam à eleição da nova diretoria do hospital trocavam
pesadas acusações e pessoas estranhas ao Sorocabana participavam
ativamente do processo eleitoral. Umas diziam ser íntimas do vereador
Roberto Trípoli (que confirmou ao JG que não está ciente do que
acontece no Sorocabana) ou ligadas à Associação Comercial (que também
confirma não estar a par da situação atual do hospital). Houve também
aquele que jamais tendo contato direto com o hospital da rua Faustolo,
contasse experiências anteriores na gestão da Saúde (em Guarulhos) para
afirmar que se fosse nomeado gestor do Sorocabana, as coisas mudariam
radicalmente. A eleição terminou com a vitória da Chapa 2, ligada ao
Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona
Sorocabana, que até pouco tempo apoiava as lideranças da Chapa 1,
responsável pela imundice atual do Sorocabana.