De um lado funcionários e corpo de enfermagem protestando por conta de três meses de salários atrasados. Do outro, 14 pacientes internados num hospital filantrópico em estado pré-falimentar, que vinha se mantendo por conta do repasse SUS. Uma das pessoas internadas é um senhor de 73 anos, transferido há mais de dez dias do Pronto-Socorro da Barra Funda (Municipal). Ele sofre com um quadro de erizipela e, segundo informações obtidas pelo Jornal da Gente, seu estado de saúde é grave (há risco de amputação da perna).
A Secretaria Municipal de Saúde garante que está monitorando o caso junto à direção clínica do Sorocabana. Quanto ao futuro do hospital, a secretaria diz que trabalha para acertar com o Ministério Público um Termos de Ajuste de Conduta (TAC) capaz de viabilizar o retorno das atividades do Sorocabana, que não recebe mais pacientes desde o início de setembro.
A secretaria de Saúde se movimenta também em outra direção, buscando fechar acordos com hospitais particulares da região da Lapa dispostos a suprir as vagas que o Sorocabana cedia ao SUS. A direção do hospital, em reunião com os funcionários que cobravam explicações, disse apenas que não existe prazo definido para a regularização do atraso salarial. Pelos corredores sócios da Associação Beneficente Hospital Sorocabana protestando em relação à falta de médicos no atendimento das consultas de retorno. “Pago a mensalidade e agora que preciso de um médico, não tem ninguém para me atender”, reclamava um ferroviário aposentado.