Outras sustentabilidades

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A intensa movimentação regional no contexto da Semana do Meio Ambiente merece ser destacada neste espaço onde, inúmeras vezes, abordamos a importância de políticas comprometidas com o am-
bientalmente correto. As palestras, debates e atos reivindicatórios que tiveram lugar em diferentes bairros mostram que a sociedade está cada vez mais madura quando é chamada a discutir questões de caráter ambiental.
Das áreas mais periféricas da Sub Lapa, como a Vila Piauí – onde a população sempre mobilizada acaba de conquistar a canalização do Córrego Ribeirão Vermelho – até o seu centro urbano mais sedimentado, como a Pompéia – onde a comunidade sai em defesa do Parque da Água Branca e pressiona por coerência nas Operações Urbanas – é nítido o avanço da participação popular no debate e no diálogo com as diversas esferas do poder público.
Nesse sentido vale lembrar o posicionamento da senadora Marina Silva, que na quinta-feira, 9, participou de debate no Alto da Lapa (Espaço Apas) promovido pela Fundação Nacional da Qualidade.
A candidata do PV a presidente da República em 2010 ressaltou em alto e bom som a importância de levarmos em consideração outras faces da sustentabilidade além daquela ambiental. A senadora se referia, por exemplo, às sustentabilidades ética e social.
Há que se dar razão a Marina Silva quando ela nos coloca o seguinte raciocínio: não podemos mais defender apenas o ecologicamente correto e deixar de lado a luta por uma sustentabilidade socialmente inclusiva, pois ainda somos um pais com graves distorções sociais: miséria, analfabetismo, entre outras.
A senadora do PV também nos leva a refletir sobre ética frente aos desafios da construção de uma sociedade mais justa. Ela se refere à sustentabilidade ética de cada um de nós diante dessa problemática e às práticas eticamente adequadas no campo político.
Todas as ponderações de Marina Silva encontram eco no plano dos bairros da região. Se de um lado temos que continuar lutando em defesa do meio ambiente, não faltam problemas sociais que exijam de nós um posicionamento ético firme e decisivo. O mesmo vale para quem exerce função pública, seja no campo da política quanto no da gestão administrativa.
Dando razão à senadora, bairros humanos não são apenas áreas geográficas sustentavelmente verdes e com alta permeabilidade do solo.
Os bairros da gente deveriam ser também, espaços de dignidade social plena, em todos os campos: moradia, educação, saúde, direitos fundamentais garantidos a todos nós no artigo 5º da Constituição Federal.

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