ARTIGO

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A melhor fase da minha vida foi quando trabalhei na área da defesa dos direitos da criança e do adolescente como conselheira tutelar da Lapa entre  2005 e 2011. Digo isso pelo meu desempenho pessoal, mas não é fácil levantar uma bandeira onde existe falta de conhecimento sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei que traz em seu teor a garantia da vida. O conselheiro tutelar é eleito pela comunidade para defender as crianças e adolescentes de seu Distrito. No meu mandato, muitas vezes tive que andar com bambolê na cintura, ou seja,  trabalhar em equilíbrio com os parceiros para o desenrolar dos encaminhamentos,  pois conselheiro não têm fórmula pronta para uma soluções.
Todos nós temos que assumir nossas responsabilidades, seja como cidadão ou instâncias governamentais, dentro do cenário de desenvolvimento intelectual da criança, principalmente respeitando as atribuições do Conselheiro Tutelar. Enfrentei dificuldades principalmente nos plantões noturnos, porque ao atender uma criança ou adolescente em situação de rua ou abandono, onde levá-las? O transporte não é imediato. Para que esse plantão aconteça com sucesso é preciso acionar a Unidade de Transporte da Subprefeitura e ter um veículo de plantão para chegar ao local, além de conseguir contato com a Central de Vagas para acolhimento. Muitas vezes fiquei na sede do Conselho até clarear o dia para conseguir a ajuda necessária.
Parece que nada mudou desde que deixei o conselho. Vejo que os atuais conselheiros tutelares da Cidade continuam enfrentando os mesmo problemas. A minha paixão é saber que exista realmente um olhar para fazer com que a criança/adolescente reconheça seu valor.

Maria de Fátima dos Santos,
ex-conselheira tutelar da Lapa e conselheira do Conselho Municipal da Assistência Social

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