A presidente do Movimento de Trabalhadores Sem Terra de São Paulo, Cleusa Ramos Zerbini foi homenageada com a medalha Ruth Cardoso sexta-feira, 17, pelo PSDB-Mulher, no Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília. A premiação homenageia mulheres e entidades que colaboram com a criação de ações e programas de promoção social, econômica, política e cultural, em prol da defesa dos direitos femininos, no combate à discriminação e desigualdades do gênero.
A indicação é foi feita por meio de uma pesquisa realizada em todo o país. Cleusa foi escolhida como a personalidade de São Paulo pelo seu trabalho a frente da Associação dos Trabalhadores Sem Terra de São Paulo e da Associação Educar voltada para inclusão de jovens nas universidades. Ao todo 22 medalhas foram entregues.
Cleusa iniciou o trabalhou de inclusão social, ainda jovem, junto à igreja católica, com moradores de rua e da Pastoral da Criança e da Moradia, mas foi com o fim de seu primeiro casamento que seu projeto de ajudar o próximo tomou força. Foi então morar em uma favela (Jardim Rincão), por opção, para vivenciar as dificuldades dos mais carentes.
Nesta época já conhecia Marcos Zerbini do movimento por moradia, hoje deputado estadual. Aos 35 anos foi morar com Zerbini. Seu sonho de ver um pobre com casa própria virou realidade nos anos 80 depois que ela e o marido começaram a organizar famílias sem moradia para reivindicar do governo estadual e municipal a construção de casas populares. “Ao contrário do que muitos pensam, não invadimos terras, compramos a terra. Incentivamos as pessoas as juntar dinheiro. Cada um faz a poupança no próprio nome. Quando temos o dinheiro, levantamos uma area e a documentação, a gente vê quantas famílias cabe ali, e compramos a terra (para construção das casas)”, explica Cleusa. “Eu sempre digo que é mais barato comprar, que invadir a terra. Aqui é tudo certinho, a area tem documentação”.
Cerca de 20 mil famílias conseguiram o terreno e mais de 10 mil estão morando em casa própria pelo sistema da associação. A associação atende de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h, na Rua Felix Guilhem, 227, na Lapa de Baixo.