Indisposição comunitária

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A indisposição da comunidade com relação às questões do governo é clara. Um dos exemplos é a iniciativa dos moradores da região da Avenida Imperatriz Leopoldina de saírem à rua para conferir a quantidade de ônibus que circula na via, por hora, no horário de pico. É que eles se sentem prejudicados com a instalação de uma faixa exclusiva de ônibus pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e SPTrans (São Paulo Transportes), responsável pela gestão do transporte público municipal. Por causa da faixa, a CET eliminou o estacionamento dos dois lados da via durante os horários de pico (de manhã e final do dia) para dar passagem e aumentar a velocidade dos ônibus. Outro problema apontado é o tráfego de carros que é desviado para dentro do bairro e o risco de atropelamento com o aumento de velocidade do transporte coletivo.

Uma semana antes do início da operação, técnicos da companhia apresentaram o projeto na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Mas mesmo com as reclamações de moradores e comerciantes, a faixa começou a funcionar na segunda-feira, 23. Segundo a CET, a medida se justifica pela quantidade de ônibus que servem a Imperatriz: no trecho da faixa sentido centro circulam 15 linhas de ônibus, com média de 73 ônibus/hora, por dia útil, e no sentido bairro também circulam15 linhas de ônibus, com média de 61 ônibus/hora, somando os dois sentidos, são transportados 220 mil passageiros em média por dia útil. A discórdia quanto aos dados levou a moradora Alexandra Swerts e Sandro Mérida Domingues a monitorarem, por uma hora, a quantidade de ônibus que passavam na altura da à Rua Pedro Meliton e Carlos Gilardino e Silvio a contabilizarem o transporte na altura da Rua Terãa, na manhã de quinta-feira.  “Na verdade passa pela Imperatriz uma média de 41 ônibus sentido Queirós Filho e 35 sentido Guaipá”, afirma Alexandra. Para ela, a faixa não tem sentido e só prejudica moradores e comerciantes. Agora eles vão encaminhar os dados para a CET e SPTrans, na tentativa de reverter a medida.

Outro exemplo de insatisfação é a luta de moradores da região da Vila Jaguara contra a Estação de Transbordo (que recebe o lixo coletado) prevista para o bairro. No Café com a Comunidade de terça-feira, que contou com a participação do presidente da Amlurb, Silvano Silvério, lideranças da região quiseram saber se o transbordo já está sacramentado para o bairro. Eles reclamaram da desvalorização dos imóveis em mais de 50%, mesmo antes da instalação do equipamento. Eles temem os impactos previstos no trânsito de caminhões e no meio ambiente. Silvério explicou que o transbordo tem uma tecnologia que não deixa escapar cheiro e barulho, mas diante da resistência das lideranças sugeriu a formação de uma comissão para debater uma solução. Isso mostra a importância de encontros como o Café com a Comunidade e o à Mesa com Empresários (que traz na segunda-feira o vereador Natalini e Eduardo Jorge do PV), que abrem oportunidades de debates e decisões políticas que atenda a uma maior parcela da sociedade. 

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