“Estamos passando uma das crises hídricas mais sérias”, disse diretor Metropolitano da Sabesp, Paulo Yoshimoto, na reunião extraordinária do comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, na segunda-feira, dia 28, no auditório da Companhia. “Essa crise é um fenômeno global que começou com uma zona de alta pressão, em dezembro, e resultou no aumento da temperatura dos oceanos, desde a Austrália, Cabo da Boa Esperança, e concentrou na região Sudeste. Essa massa de alta pressão se caracterizou pelas altas temperaturas e poucas chuva, impedindo a entrada das massas úmidas da Amazônia, e ficou concentrada sobre o Estado de São Paulo, de dezembro a fevereiro, resultando num ciclo que provocou as poucas chuvas e a seca nas represas”, afirmou o diretor.
O Sistema Cantareira que abastece a região está operando com água da reserva técnica (15,3% de armazenamento), conhecida como volume morto por estar abaixo das bombas de captação. “Desde dezembro estamos abaixo das mínimas histórias dos últimos 84 anos”, lembrou.
A expectativa é que as chuvas voltem a cair no novo ano hidrológico que começa em setembro/outubro. Segundo o diretor da Sabesp, a situação não está mais crítica porque a população aderiu à campanha de uso racional da água. “Como nós estamos conseguindo reduzir cerca de 9% da retirada de água do Cantareira com a adesão da população (92%) a campanha de redução de consumo, diminuição da pressão na rede no período noturno e investindo em redução de perdas e outras obras, não há necessidade de racionamento, que é uma medida radical”, afirmou Yoshimoto. No período noturno a pressão na rede é reduzida. “A Sabesp diminui a pressão da água às 22h na Lapa e na vizinha Vila Madalena à 1h”.