Em busca do equilíbrio

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Um assunto provoca debates pelos quatro cantos da Lapa: o projeto da ponte que vai ligar Pirituba a Lapa pela Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, elaborado pela SPObras, órgão Prefeitura.

A luta de Pirituba para construção da ponte é antiga, tem mais de 20 anos. E é uma conquista justa. Na verdade, foi uma promessa de campanha de Fernando Haddad que depois de eleito prefeito atendeu ao pedido, com a interferência do vereador Paulo Frange e inclusão da ponte na Lei da Operação Urbana Consorciada Água Branca. Isso significa que a obra será construída com recursos da iniciativa privada, que ainda serão arrecadados com a venda dos Certificados de Potencial de Construção (CEPAC) para construção extra em prédios na região da Barra Funda e Água Branca. Serão arrecadados cerca de R$ 4 bilhões em Cepacs negociados em Bolsa de Valores. E nenhum recurso do tesouro municipal.

Até aí tudo certo, mas a preocupação dos lapeanos é com os impactos da obra na Vila Anastácio e Lapa. A previsão é que cerca de 3500 veículos/hora deixem de circular na Ponte do Piqueri e passem para nova ligação viária entre Pirituba e Lapa. Cerca de 100 ônibus também serão desviados para a nova ponte. A configuração viária do trecho da Rua D. João V entre a John Harrison e Gago Coutinho vai mudar com a desapropriação do triângulo de imóveis para a implantação do corredor de ônibus da ponte até o terminal da Lapa pela John Harrison.  Também está prevista desapropriação da John Harrison, entre a Praça Renê Barreto e Domingos Rodrigues, para alargamento da via e implantação do corredor de transporte público. Essa alteração na John Harrison preocupa não apenas quem usa o carro par ir às compras mas também os comerciantes com o abastecimento de lojas e principalmente do Mercado da Lapa (com prédio tombada pelo patrimônio histórico). 

Mesmo assim, a Lapa é a favor da ponte e sua luta é bem menor que a de Pirituba. Os lapeanos querem o acesso para minimizar os impactos do lado de cá do Rio Tietê. Sem alça, como reivindica o Movimento Ponte de Pirituba Já, os motoristas com outros destinos, que não a Lapa, serão obrigados a dar uma volta pelas ruas da Vila do Anastácio, sobrecarregando o trânsito, para chegar a Marginal.  Sem a alça, o risco é que todos fiquem parados dos dois lados da ponte. O representante do movimento de Pirituba, Cleto Vitor, é um dos defensores da ponte sem alça para Marginal, mas essa semana disse por telefone que quem vai resolver são os técnicos.

O calor do debate virou tema de uma reunião na Associação de São Paulo Distrital Oeste na quarta-feira.  O vereador Paulo Frange participou e reconheceu que a ausência de alça é um equívoco do projeto. Ele prometeu agendar uma reunião com técnicos da SPObras para que lapeanos defendam a criação de alça e busquem o equilíbrio para que a ponte, realmente, promova a união dos dois bairros. 

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