O despertar da sociedade

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A crise hídrica continua dominando as rodas de conversa. Pela região, a comunidade se antecipa ao rodízio anunciado pelo diretor da Sabesp (de dois dias com água e cinco dias sem) e usa a criatividade para driblar o problema.  A preocupação é tanta que tem morador tirando o jardim de casa para construir reservatório para garantir o abastecimento.

Tudo que diz respeito à redução do consumo e preservação da água está na moda. Redutores, torneiras, descargas e por aí vai. Depois da venda de caixa d’água bater recorde, chegou a vez das bombonas (tambores plásticos) ganhar mercado para se transformar em reservatórios de água de chuva ou de máquinas de lavar para reuso.

Esta edição do Jornal da Gente traz uma matéria do repórter Bruno Pedroni sobre a instalação de bombonas transfomadas em minicisternas na casa da moradora da Vila Romana e gestora do Instituto 5 Elementos, Mônica Borba, para coleta de água da chuva. A água captada nesse tipo de reservatório pode ser usada na rega de plantas, descarga, lavagem do quintal, carro e até lavar roupas (com tratamento simples com cloro), gerando economia no consumo da rede da Sabesp abastecida pelo reservatório do Sistema Cantareira.

O maior desafio é encontrar pessoal capacitado para montar o sistema, mas não falta trabalho para quem se especializou na transformação de bombonas em cisternas como Vinicius Pereira, do Coletivo Permacultores Urbanos, que implantou o projeto na casa de Mônica. De janeiro pra cá, ele instala entre 2 e 3 cisternas por dia. Dependendo da chuva e do telhado, é possível coletar até 200 litros de água por chuva, diz o especialista em cisternas. 

Várias iniciativas para evitar o colapso no abastecimento surgem a cada dia. O vereador Rubens Calvo (PMDB) apresentou na Câmara de São Paulo Projeto de Lei que dispõe sobre a criação de sistema de utilização de águas pluviais, nos prédios da administração pública municipal, direta e indireta. O objetivo é usar a água  na limpeza de escadas, fachada, janelas e calçada. Pelo projeto, cada edificação da Prefeitura, Poder Legislativo e Judiciário da cidade, deverá ter, no mínimo, uma caixa de água destinada ao armazenamento das águas da chuva. O projeto ainda aponta que fica facultada a adequação da Lei para edificações da iniciativa privada, que poderão ser incluídos em programas de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Executivo. 

O governador Geraldo Alckmin evita falar em rodízio. Em entrevista na sexta-feira, Alckmin disse que a água da represa Billings será usada para abastecimento humano após passar por tratamento. A obra é mais uma tentativa do governo de evitar o rodízio. A boa notícia é que o nível de armazenamento de água do Sistema Canteira (que abastece grande parte da região Metropolitana) vem subindo a cada chuva e chegou a 10% na sexta-feira. De qualquer forma, a crise despertou a sociedade para o fato que a água é finita e temos que economizar e cuidar para que esse recurso tão importante a nossa vida não se esgote.

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