“O primeiro leilão de Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção da Operação) da Operação Urbana Consorciada Água Branca foi ruim”, avalia o vereador José Police Neto. Para o parlamentar, as incertezas no cenário econômico e a desaceleração da atividade na construção civil fez com que o leilão de títulos sofresse desvalorização.
Para o Police, o governo errou ao permitir a divulgação de uma intervenção fora da operação urbana. O vereador se refere ao projeto de construção da ponte que vai ligar Pirituba a Lapa pela Avenida Raimundo Pereira de Magalhães. No leilão organizado pela Bolsa de Mercadorias e Futuro da Bovespa, a Prefeitura ofereceu 50 mil títulos residenciais, por R$ 1548 cada, e 8 mil não residenciais, por R$ 1769,00 cada um. Sem interessados, os Cepacs não residenciais encalharam. Foi registrada a negociação de 6 mil títulos residenciais (dos 50 mil do leilão) pelo preço original, devido à baixa procura. “O mercado da construção civil não está aquecido então ninguém compra (Cepacs), e o resultado é ruim”.
Police acredita que a situação foi agravada pelo cenário nacional e a crise dentro do PT, partido do governo federal e também municipal.
A compra de Cepacs permite aos investidores construir acima do permitido no zoneamento, explorando áreas como Lapa, Água Branca, Perdizes e Barra Funda. “Com o valor arrecadado, a Prefeitura investiria em obras de melhoria para diminuir os impactos das construções na área da operação”.
Para Police, as expectativas em relação aos melhoramentos na área da Operação começam a se desfazer com a baixa busca por Cepacs. “A explicação é simples.: a ponte Pirituba/Lapa – obra importante e prometida há anos – foi incluída de última hora nesta Operação Urbana. O problema é que ela não tem relação direta com operação. Assim, o Executivo pode estar matando a galinha dos ovos de ouro porque desestimulou os compradores de Cepacs aos obrigá-los a contribuir para a construção de uma obra, muito importante, mas que tem muito pouco a contribuir com o desenvolvimento da região da operação. Sem o dinheiro dos Cepacs, não tem ponte”, conclui Police Neto.