Verticalizar a cidade toda?

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No fim do ano passado, quando todos se preparavam para as festas e férias, nos deparamos com a decisão da prefeitura de “ajustar” o zoneamento que vigora desde 2016.
A proposta, entre outras, libera o gabarito máximo de altura de 28m das edificações nas Zonas Mistas e de 48m nas Zonas de Centralidade que ocupam a maior parte da cidade, ao gosto particular de cada empreendedor imobiliário.

Contrariando o conceito de não verticalizar no miolo dos bairros e sim nos 52 milhões de m² nas Zonas Eixo de Estruturação Urbana, ao longo de vias onde há transporte coletivo de massa com o objetivo de promover o adensamento, os efeitos deletérios destas enormes construções já são notáveis nos bairros adjacentes.

Garantias urbanísticas e de suporte à qualidade de vida urbana foram removidas pela gestão anterior e o pouco que ficou no atual PDE está sob risco de ser retirado pelo mesmo setor que fulminou conceitos e princípios garantidores significativos do PDE revogado.

Com isto, o Executivo perde a capacidade de estabelecer prioridades no planejamento da cidade, de estabelecer onde é preciso dotar de infraestrutura para garantir o adequado crescimento das diversas regiões – tão diferentes entre si – de forma harmônica e sustentável, pois todo o território fica ao sabor dos investimentos dos interesses particulares, tão somente, sem atender ao interesse público como seria de esperar.

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