Sustentabilidade

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Sempre que uma situação torna-se prejudicial ou abusiva nascem os movimentos que buscam transformar o cenário. Foi assim no século XIX para conseguir melhorias para os trabalhadores de fábricas que enfrentavam jornadas abusivas e a luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos segregacionista. Está claro que o ativismo deste século e dos próximos anos será focado no meio ambiente. Por mais que a natureza tenha um poder incrível de se autorrecuperar, é inegável que a exploração sem manejo sustentável tem grande impacto, não só para quem está próximo.

Isso ficou claro com a escuridão atípica de segunda-feira. O Brasil está em foco na imprensa internacional de uma forma bastante negativa, embora países mais desenvolvidos também já tenham causado crises ambientais extremamente irresponsáveis. Passou da hora de aceitar o mantra de que o “agronegócio é bom”, para pensar em alternativas melhores, como a da permacultura.

A sensação que fica é a de impotência diante dos problemas grandiosos como uma queimada descontrolada ou a poluição jogada indiscriminadamente em um rio. Mas o primeiro passo para mudar essa realidade é mais fácil de dar do que se imagina. Nesta semana, em que a cidade e a região recebem atividades da Virada Sustentável, não faltam sugestões de como tornar a relação das pessoas com o ambiente mais benéfica. Primeiro é preciso mudar a nossa própria realidade, o bairro em que vivemos. De forma estruturada e em vários locais, isso resultará em melhorias para toda a população. Cada pequena ação, como separar o lixo reciclável ou priorizar bicicletas e transporte coletivo, faz parte da solução dos problemas maiores.

Existe também a questão política e de gestão. Devemos considerar que a geração de riquezas só é boa se for feita sem custos sociais ou ambientais. De que adianta privatizar uma empresa se isso for sinônimo de mais desemprego ou exploração de recursos naturais de forma inconsequente, visando apenas o lucro? Enquanto o governo defende o discurso da importância de tornar o estado cada vez mais enxuto, com menos custos para o contribuinte, não é aceitável que se permita aos grandes conglomerados que façam o que querem, de forma irresponsável. Até porque as grandes empresas, ao se depararem com situações adversas ou tragédias ambientais, recorrem ao Estado. E nós pagamos a conta duplamente.

Essa edição é composta por matérias que abordam essa temática e propõem um diálogo sobre boas práticas ambientais. Precisamos agir para o mundo continuar sendo sustentável, no sentido de comportar com qualidade tudo o que acontece nele, inclusive nós.

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