Novo rodízio, uma péssima ideia

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Com mais de quatro mil mortos no Estado de São Paulo, 60% deles na capital, a pandemia do novo coronavírus está próxima de seu pico. É uma situação gravíssima, que precisa ser tratada com seriedade pelo poder público.

Nesta semana, a Prefeitura implantou um sistema de rodízio radical, numa tentativa de evitar que as pessoas saiam. Porém, o prefeito se esqueceu de que há muitos cidadãos que precisam sair por motivos diversos. Assim, diante das imagens de aglomeração que vimos e dos números do transporte público, que registrou a maior lotação desde o início da quarentena, fica óbvio constatar que o novo rodízio é uma péssima ideia.

É um desrespeito ao paulistano que precisa trabalhar e se vê obrigado a tomar transporte público lotado num momento em que ele deveria estar se distanciando das pessoas.
Se a própria Prefeitura assume que o isolamento social é a melhor medida para prevenir mais contágio e a consequente lotação do sistema de saúde, por que deixar as pessoas sem o direito de usar seu transporte pessoal?

O poder público municipal precisa sim, fazer sua parte: ações emergenciais de saúde; criação de leitos; ampliar o transporte público. Também deveria fornecer o vale-gás e reduzir ou isentar o IPTU para os empreendedores que estão fechados, sem qualquer receita. É preciso campanhas de conscientização da importância de ficar em casa utilizando jornais de bairro, redes sociais, rádio e televisão como meio de divulgação. Tudo isso é preciso. O que não precisamos é de um rodízio que condena a população à última coisa de que ela precisa agora, que é enfrentar multidões.

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