Palavras e ações

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Semana de feriado costuma ser parada, sem muitos acontecimentos, mas não foi o caso dessa. Muita coisa aconteceu. Da morte da rainha Elizabeth II, a monarca mais longeva da história, à reabertura do Museu do Ipiranga, um dos principais da cidade, depois de nove anos de reforma. E se foi outro adjetivo que começa com “i” que ecoou na semana, a palavra de destaque deveria ser intocável.

Porque ninguém pode ser intocável. Devemos ser responsáveis por nossas palavras e ações, afinal são elas que na maioria das vezes nos definem. E se algo está errado, em alguma instância vamos responder por isso. Na sexta-feira (9), quando essa edição já estava pronta, tivemos a notícia de que a subprefeita da Lapa foi presa, de forma preventiva, em um desdobramento da Operação Vesúvio que apura um esquema de cobrança de propina para a emissão de alvarás em eventos.

Não é o momento de apontar culpa ou responsabilidade, já que as investigações continuam em andamento, e devemos esperar o parecer da Justiça. Mas na nossa sociedade que se alimenta de informações nas redes sociais, nos grupos de WhatsApp, o tribunal acontece de forma instantânea, muitas vezes sem a perícia devida.

É fácil falar que a corrupção sempre existiu, seja em um órgão específico, ou como algo endêmico na política. Difícil é arregaçar as mangas e fazer parte da mudança necessária. Sem participar, sem tomar parte na responsabilidade, apenas esperando que outros tomem providências, faz com que qualquer avanço ocorra de forma extremamente lenta.

Neste domingo (11) temos a oportunidade de contribuir, votando nas eleições ao Conselho Municipal Participativo da Lapa, que acontecem na subprefeitura. Quem não conhece os candidatos e não se sente confortável para votar, pode acompanhar as reuniões do grupo. São abertas. Deveria ser interesse de todos fiscalizar a execução do orçamento, o plano de obras e conversar com vizinhos sobre os problemas que nos atingem. Os conselhos participativos são compostos por moradores voluntários, com o desejo de tornar melhor a região em que vivem. É a forma mais próxima de participar do Executivo na esfera local e, embora existam dificuldades, como as respostas evasivas aos ofícios enviados, é um espaço que não podemos abrir mão ou deixar que seja desmobilizado. Cidadania não pode ser exercida somente nas urnas. Ela deve estar no dia a dia de todos, através de nossas palavras e ações.

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