O legado da Ceagesp

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A Ceagesp, maior entreposto de alimentos da América Latina, instalada desde 1969 na Vila Leopoldina, acaba de completar 54 anos. Fazendo aqui um rápido retrospecto do que representou esse período de tempo para o progresso da região, fica claro que é impossível dissociar o desenvolvimento da Leopoldina do funcionamento dessa enorme central que, dentro de sua área de mais de 700 mil metros quadrados, recebe alimentos de todas as regiões do Brasil e do mundo e é responsável por fazer chegar à mesa dos paulistanos e da população de parte do país as refeições servidas no dia-a-dia.

Ao ocupar o ‘coração’ do bairro, então ainda formado por casas simples  e pequenas chácaras, a Ceagesp moldou a ‘cara’ da Leopoldina, trazendo para cá os armazéns e a enorme ‘caixaria’ (destruída no início dos anos 2000 por um incêndio) contíguos ao seu entorno, além de uma significativa população flutuante que faz o entreposto – por si só uma verdadeira cidade – funcionar. Trouxe coisas positivas e outras nem tanto assim: a feira das flores (que hoje acontece nas noites e madrugadas das segundas e quintas-feiras), o festival de sopas no inverno e o vai vem de caminhões, 24 horas por dia, entrando e saindo de seus portões e circulando pelas avenidas Dr. Gastão Vidigal e Imperatriz Leopoldina.

Sem dúvida, a Ceagesp deu vida à nossa Leopoldina, fez e faz nosso bairro pulsar. E mesmo hoje, quando a região vem se transformando, de forma antagônica, com a sofisticação urbanística trazida pelos edifícios de alto padrão de um lado e, de outro, com a perspectiva da construção de habitações sociais trazidas por projetos como o PIU e a Parceria Público Privada no antigo terreno da CET, o entreposto, com sua torre do relógio e seus silos verde amarelos, permanece como marco.

Ou se, também hoje, se discute a saída do entreposto daqui, assunto sobre o qual a população do bairro tem opiniões contraditórias – os contrários defendendo a ligação afetiva do entreposto com o bairro e os favoráveis afirmando que ele é um entrave à continuidade do desenvolvimento urbano da região -, fato é que, mesmo que a Ceagesp seja transferida para longe da Leopoldina, nosso bairro sentirá sempre aquele cheirinho de sopa de cebola, de peixe fresco e de frutas no ar. A Ceagesp jamais deixará de ser um legado da Leopoldina para todo o país. E assim permanecerá na nossa memória.

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