Viva a leitura no país do Carnaval!

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Nós, brasileiros, sem dúvida temos inúmeras qualidades. Somos, reconhecidamente, um povo alegre, otimista, hospitaleiro e extremamente criativo. Inventamos o Carnaval, o samba, a bossa nova…. Legamos ao mundo gênios do futebol como Pelé, eternos compositores e poetas como Chico Buarque, Vinícius e Tom Jobim. Mas se temos um grave defeito, este com certeza é: somos um povo que não lê. De acordo com dados levantados pela publicação Retratos da Leitura, 44% da população do país não lê e 30% jamais comprou um livro na vida, por mais absurdo que isso possa parecer!

Os franceses, por exemplo, leem 21 livros por ano, cinco vezes mais do que os brasileiros. E, para piorar, cada nova pesquisa publicada mostra que o país vem perdendo leitores.

Por isso, iniciativas que incentivam a leitura, como o recém-criado Clube do Livro Latino-americano, proposta realizada pelo Memorial da América Latina, são sempre muitíssimo bem-vindas. Em um espaço altamente inspirador – o Auditório da Biblioteca Latino-Americana, obras literárias de autores consagrados do continente são lidas e debatidas, uma vez por mês. A participação no clube é gratuita e o objetivo, para além de tornar conhecidos no país os escritores latinos, é fazer o público conhecer e frequentar o espaço da biblioteca.

Num país de não-leitores, tão louvável quanto instigar as pessoas a abrir um livro é dar a elas a oportunidade de descobrir um ambiente ainda claramente desconhecido dos brasileiros como as bibliotecas.

Como bem lembra o escritor e editor Rafael Guimaraens, “o estímulo à leitura só pode ser feito através de políticas consistentes de acesso, redução do preço de capa, estímulo a programas de leitura nas escolas e comunidades, incentivo a bibliotecas, promoção de eventos. E essa é uma tarefa da sociedade e do poder público”.

Na nossa região, não só o Memorial da América Latina, já consagrado como um espaço dedicado às artes e à cultura, mas outros equipamentos públicos – entre eles as bibliotecas municipais Clarice Lispector e Mário Schenberg – estão à disposição da população, que deveria criar o hábito de frequentá-los. O universo libertador proporcionado pela literatura de qualidade está aí, ao alcance de todos. Desfrutar dele, e não focar tanto na leitura das postagens do Instagram e Facebook, é uma opção de cada um. E, certamente, uma escolha muito mais rica em conteúdo.

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