Um dos motivos pelos quais a nossa região é vista como um dos melhores lugares para se viver em São Paulo é, sem dúvida, a grande quantidade de praças e áreas verdes que temos aqui. No início do ano passado, a Prefeitura divulgou um levantamento que mostra a área da Subprefeitura Lapa como a que tem maior quantidade de praças em relação ao número de habitantes da cidade. São 404 praças públicas em uma região com mais de 305 mil moradores, ou seja, uma praça para cada 756 habitantes. Só a título de comparação, nos bairros da Subprefeitura do Campo Limpo, por exemplo, há apenas 80 praças para os mais de 600 mil moradores, o equivalente a uma para cada 7.600 habitantes.
Analisando apenas sob a perspectiva dos números, certamente podemos nos considerar privilegiados. Mas é preciso ressaltar que o simples fato de contarmos com muitas praças não significa que possamos, na prática, usufruir plenamente de todos esses espaços, aproveitando o verde para brincar com nossas crianças, fazer caminhadas, descansar ou levar nossos cachorros para passear. Isso porque, ao circular pela nossa região, fica nítida a discrepância, em termos de conservação, de todos esses espaços verdes.
Temos, é preciso admitir, algumas praças extremamente bem cuidadas e renovadas, como a Diogo do Amaral, na Lapa, na qual a subprefeitura acaba de fazer uma grande obra, construindo, a pedido dos moradores, um playground lúdico onde as crianças agora podem desenvolver inúmeras atividades, inclusive escalar uma parede de pedras e andar de bike em uma pista própria.
Chegando ao City Lapa, no entanto, a situação muda de figura. Pulmão verde da região, as inúmeras áreas verdes do bairro visivelmente carecem de zeladoria. Reinagurada poucos meses atrás, inclusive com a presença do subprefeito Luiz Carlos Smith Pepe, a Praça Antônio Gebaile, por exemplo, hoje está com o mato alto e coberta por folhas de árvores, denotando, claramente, que após realizar uma limpeza e poda no local para a cerimônia de recolocação da placa que dá nome à praça, as equipes da prefeitura não mais voltaram lá.
Para que uma região com tantos espaços verdes possa, de fato, oferecer qualidade de vida aos moradores é preciso o básico: que o poder público, com a ajuda da própria população, se preocupe em manter essas áreas bem conservadas, não descuidando da zeladoria verde. Infelizmente, não é isso o que vemos em boa parte das nossas praças. Precisamos continuar cobrando para que todas essas áreas recebam, continuamente, o mesmo cuidado que foi dispensado agora à Praça Diogo do Amaral. Se não for assim, contarmos com tantas praças acabará se tornando um problema, e não algo a nos privilegiar.