Apesar do enorme esforço de seu Conselho Gestor, que desde o ano passado tenta adequar o projeto de reforma do Parque Leopoldina – Orlando Villas-Bôas às necessidades dos usuários, o parque corre o risco de ser reaberto ao público, no próximo mês de abril, sem as condições mínimas para oferecer conforto aos usuários.
Por incrível que pareça, entre as obras inclusas no projeto, que custou aos cofres públicos a considerável quantia de R$ 1 milhão, não constam a construção de banheiros para uso do público – no parque há banheiros apenas no prédio da administração -, instalação de bebedouros na área externa e de um vestiário para quem for utilizar as quadras esportivas.
Após 10 anos fechado, por suspeitas (não confirmadas) de contaminação do terreno, o mínimo que a população espera é receber de volta um equipamento com infraestrutura moderna e completa, que proporcione lazer de qualidade a todos. Mas é obvio que, mesmo com as belas quadras renovadas, com a nova ciclovia, playground e outras benfeitorias inclusas no projeto, se faltar algo tão básico quanto banheiros e bebedouros de fácil acesso o público não poderá usufruir do parque de forma plena.
Outro detalhe que causa espanto é o fato de o Parque Orlando Villas-Bôas, uma área verde tão bela e bem localizada, nunca ter tido uma infraestrutura realmente adequada. Enquanto funcionou, de 2010 a 2015, o parque dispunha apenas de banheiros químicos para uso dos visitantes. Durante esse período, por diversas vezes o Jornal da Gente denunciou o quanto essa opção se mostrava inviável, já que os banheiros químicos estavam sempre imundos, exalando mal cheiro, isso apesar do valor altíssimo pago à empresa responsável pela instalação e manutenção desses equipamentos. Nos cinco anos em que funcionou, o parque também não chegou a oferecer vestiário aos times de futebol de campo, futebol americano e rugby que treinavam no local. Mesmo sendo um dos poucos equipamentos da cidade onde é possível jogar rugby….
Com tamanha falta de cuidado e atenção ao projeto de revitalização do parque, fica claro o mau uso dos recursos públicos por parte da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA). Cabe a nós, que queremos usufruir de um equipamento a altura do que merecemos, aliar-nos ao Conselho Gestor e cobrarmos que esses itens tão fundamentais sejam, finalmente, contemplados no projeto.
Em uma cidade carente de boas opções de lazer, o Parque Orlando Villas-Bôas faz falta, sim. Mas não é por isso que deve ser entregue, novamente, com uma estrutura capenga!