A Toca da discórdia

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Quem acompanha o dia-a-dia da região sabe que existem assuntos que dividem a opinião da comunidade. Esta semana, finalmente, foi realizada uma audiência que debateu um desses temas que não é importante apenas para a região da Subprefeitura Lapa, mas também para as regiões Norte e Noroeste da cidade que têm pontos finais de coletivos na Lapa de Baixo. Como já dizia um comerciante da Lapa de Baixo que conheci na infância, “se fosse coisa boa o apelido da passagem não seria Toca da Onça”. E, na verdade, esta passagem de nível que liga a Lapa de Baixo ao Centro Comercial, na prática nem nome tem, o que demonstra o descaso histórico para com esta tão importante conexão.

A audiência realizada na quarta-feira para tratar da Toca da Onça teve como missão discutir soluções para a passagem que coleciona adjetivos negativos: suja, degradada, escura, insegura e volta e meia com vendedores ambulantes e artistas de rua. A iniciativa do Conseg Lapa, da presidente Flávia Amorim, pretendeu levar a discussão para a subprefeitura porque, por muitas vezes, foi tratada nas reuniões mensais do Conselho Comunitário sem que houvesse efetivas ações para melhora. Ironia ou não, na reunião de quarta-feira, o assunto mais levantado foi referente à segurança, e não sugestões específicas de zeladoria para a passagem.

É evidente hoje que a questão principal da Toca da Onça é de zeladoria. No entanto, é de conhecimento comum de que a limpeza e a manutenção nesta passagem, que não foi feita para ser uma passagem peatonal, deve ser diária. E para isto é preciso fechá-la, como já foi feito na gestão de Adaucto Durigan. É nesse ponto que se polariza a discussão entre os que defendem ou não o fechamento, seja temporário para reforma ampla, seja no período noturno.  As justificativas para que ela não seja fechada são fortes. Milhares de pessoas que moram na Lapa de Baixo e que descem dos ônibus em suas redondezas dependem, diariamente, dessa passagem para acessar a estação da CPTM ou o Terminal Lapa.

Mas como já era esperado, os dois lados não entraram em consenso o que forçou o subprefeito Queija a marcar uma outra reunião para deliberar sobre o tema. O assunto resvala em questões mais amplas e que envolvem outras instâncias governamentais, como a participação da CPTM nesse processo, que sempre se ausentou de cuidar da passagem. E quando foi indagada sobre a questão, postergou a resolução do problema para quando acontecer a unificação das estações da Lapa. Diversos estudos para uma passarela aérea já foram feitos, no entanto, até o momento, não foram viabilizados. A esperança é que esta polarização convirja para um consenso para que todos juntos colaborem com soluções viáveis para o problema. O caminho é cobrar resultados seja da Subprefeitura, seja do Governo do Estado (por meio da CPTM), que no calor das eleições do ano passado se comprometeu a avaliar a situação com mais atenção. Fato é que assim como não é possível agradar a todos também não é possível fazer o omelete sem quebrar os ovos. Por isso, para haver melhora na situação da Toca ainda passaremos por dificuldades.

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