Carta para uma ilustre senhora

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Prezada senhora, d. Alice, digníssima bisneta do ilustre Paulista, Dr. Júlio Prestes de Albuquerque, Presidente eleito do Brasil em 1930, Presidente do Estado de São Paulo de 1927 a 1930, Deputado Federal em 1924 e Deputado Estadual, anteriormente por cinco legislaturas. Advogado, em 1906, pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo; fazendeiro na região de Itapetininga, SP, onde nasceu em 1882, falecendo em São Paulo em 1946. Foi o criador de ensino rural e difundiu o ensino primário e profissional. Criou o famoso parque da indústria animal da Água Branca, SP; criou o Manicômio judiciário; remodelou a penitenciária do Estado e criou inúmeros estabelecimentos leprosários. Exilado nos Estados Unidos, sagrou-se professor “honoris causa” da universidade da Pensilvânia. Foi um grande homem! Entrou para a história. Já não pertence só à sua família, mas também a todos nós, brasileiros. É personagem nosso! Querido.
 Minha senhora, recebi o seu telefonema, declarando o seu desgosto pela expressão infantil, usada por mim, quando me referi ao seu ilustre bisavô. Penitencio-me, aqui, e declaro que jamais foi minha intenção ofender a memória de tão ilustre Paulista. Era uma crônica da minha infância e eu queria escrever como menino…
 Remeditando o texto, transfiro-o para todos os milhares de eleitores que elegeram Júlio Prestes seu Presidente da República, inclusive, meus pais e parentes que nele votaram. Foram eles que ficaram “chuchando o dedo”, e vejo que seus descendentes ainda sofrem… Ah! Mãe Pátria, como és cruel, ás vezes com seus filhos.
 Senhora, tive honra com o telefonema, vindo de uma leitora tão ilustre e tão ciosa de seu amor ao nome do seu antepassado! Cumprimento-a por isso. É exemplo.

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