Desde terça-feira, 4, o Hospital Sorocabana, única referência Sistema Único de Saúde na região da Subprefeitura Lapa, está, de fato, sob controle do governo do Estado de São Paulo.
O superintendente do hospital, Carlos Alberto Amorim, acatou a ordem judicial de reintegração de posse e entregou as chaves ao poder público. “Se depender de mim, não haverá recurso a essa decisão da Justiça”, afirma Amorim. “Mas eu sou apenas um funcionário”. Questionado sobre a possibilidade de recurso, o presidente da Associação Beneficente Hospitais Sorocabana (ABHS), Yvens Scruph, não quis comentar o assunto, limitando-se a dizer que “vocês (imprensa) falam muita bobagem”.
A liminar concedida pela juíza Silvia Maria Novaes de Andrade, garante ao governo estadual a posse do prédio de oito andares e do terreno onde ele está localizado. Foi preservado o funcionamento da ala do sétimo andar, onde funciona o serviço terceirizado de hemodiálese, que atualmente atende a 99 pacientes, via SUS. O estacionamento, também terceirizado, deixou de funcionar.
Segundo nota da Secretaria Estadual de Saúde, com a reintegração, o governo trabalhará para transferir o equipamento para Prefeitura de São Paulo. O secretário municipal adjunto da Saúde, José Maria Orlando, garante que a Prefeitura conta com recursos em caixa para iniciar a reativação do Sorocabana, fechado desde setembro do ano passado, por conta de uma gigantesca crise financeira. Carlos Amorim admite que o hospital acumula dívidas que somam R$ 150 milhões. A Prefeitura, que repassava ao Sorocabana recursos do SUS, diz que o passivo é superior a R$ 300 milhões (veja entrevista exclusiva com o superintendente no link www.tudoeste.com.br /jg/Amorim). A dívida continuará existindo e será cobrada dos responsáveis pela administração da ABHS.