Eleição em hospital

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Agostinho (E) e Craveiro: juntos em janeiro, hoje trocam acusações.

Às vésperas da eleição da nova
diretoria (evento marcado para segunda-feira, 29) o clima no Hospital
Sorocabana é o pior possível com as duas chapas concorrentes trocando
acusações em panfletos ou na Justiça, deixando de lado qualquer
proposta concreta que diga respeito a planos administrativos ou de
gestão.
Referência do Sistema Único de Saúde (SUS) na área da Sub Lapa, o
Sorocabana não consegue se livrar de um cenário de crise. Em janeiro
deste ano, uma ação judicial movida pelo Sindicato dos Trabalhadores em
Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana garantiu que a Associação
Beneficente Hospitais Sorocabana realizasse uma Assembléia Geral que,
teve como desfecho a destituição da então presidente da instituição,
Silvia Pereira. Ato contínuo, a Assembléia nomeou como interventor o
associado Agostinho Gonçalves, que assumiu um mandato-tampão de 180
dias com total apoio do presidente do sindicato, Rubens dos Santos
Craveiro.
Hoje, Craveiro e Gonçalves estão em lados apostos, numa guerra cheia de
acusações. O interventor apóia a Chapa 1, encabeçada pelo associado
Aroldo de Souza, internado na semana passada com problemas de saúde,
enquanto que o sindicalista defende a Chapa 2, do companheiro de
sindicato José Carlos Simião. Na panfletagem de campanha, Craveiro
lança denúncias contra Agostinho. “Ele foi demitido em 2008 da
diretoria do Hospital Sorocabana de Botucatu. Entrou na Justiça pedindo
indenização. O valor da causa era de R$ 50 mil. Este ano, quando já era
interventor do Sorocabana foi chamado pelo juiz para fazer um acordo.
Ou seja o interventor Agostinho fechou questão quanto à indenização a
ser paga ao ex-diretor Agostinho: R$ 40.849”. Agostinho se defende.
“Estão procurando pelo em ovo. O processo corria na Justiça e a decisão
saiu quando eu já tinha sido nomeado interventor. Não havia como eu
deixar de assinar o acordo”.
Por sua vez, a atual direção do Sorocabana questiona Craveiros
judicialmente, alegando que o sindicato tem interesse em se apoderar da
máquina administrativa do hospital. “Os dois advogados do sindicato que
sustentaram a ação que derrubou a gestão anterior passaram a trabalhar
aqui no Sorocabana. O administrador que chegou para me auxiliar também
foi indicação do sindicato”, afirma Agostinho. “Mas não foi o
interventor que assinou as contratações?”, rebate Craveiros.
Em meio a essa lavagem de roupa suja em público, a secretaria Municipal
de Saúde indicou Domingos Costa Hernandes Júnior para fazer parte do
Comitê Gestor (fiscalização) do Sorocabana, instituição que vive dos
recursos públicos na área da saúde com orçamento mensal de R$ 2,5
milhões.

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