Desde o dia 15 deste mês, o Hospital
Sorocabana está sob vigilância cerrada da gestão Gilberto Kassab.
Embora seja particular, ele se tornou uma unidade de saúde de caráter
público, pois 90% dos recursos que a mantém de portas abertas são
provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Prefeitura repassa por
mês cerca de R$ 1, 5 milhão, que precisam ser aplicados na prestação de
serviços ambulatoriais e na manutenção de 150 leitos para internação.
Preocupada com a situação de crise atrás de crise na administração do
Sorocabana, boa parte delas correspondendo a irregularidades na gestão
de recursos, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu colocar no
dia-a-dia do hospital um profissional que, por três meses, avaliará a
real situação da entidade. Passado esse período, o co-gestor Domingos
Hernandes, entregará ao secretário Januário Montone um relatório
avaliando se é ou não viável continuar injetando recursos via SUS.
Enquanto Hernandes trava seus primeiros contatos com a estrutura do
hospital da Faustolo, o Jornal da Gente tenta, sem sucesso, obter do
presidente do Sorocabana, José Carlos Simião, respostas a vários
questionamentos. Reproduzimos neste editorial as perguntas que até
agora ficaram sem retorno.
Afinal existe ou não no organograma do hospital a figura do coordenador
de Saúde supostamente ocupado por um médico que por duas oportunidades
foi convidado a se retirar do Sorocabana, sendo que uma dessas ocasiões
terminou com abertura de B.O. no 7º DP?
O que representam duas notas fiscais, avalizadas pelo gerente de
operações e que juntas somam R$ 16 mil, faturados contra o Instituto
Mais São Paulo? A empresa, ao contrário do que informado no documento
fiscal, não funciona na Rua Sérgio Meira, 253. O dono desse Instituto
tem ligação com alguém do hospital? O referido gerente se diz maçom e
afirma que o Instituto (maçônico) Acácia irá aportar recursos no
Sorocabana, pois “tem larga experiência na área de saúde”. Acontece que
o Acácia foi fundado em maio deste ano. Qual a real ligação da
maçonaria, instituição de grande respeito na Lapa, com o Sorocabana?
Como explicar a contratação de advogados que ora defendem o hospital e
ora se posicionam contra o mesmo? Quantas pessoas foram contratadas
desde a posse do presidente Simião, em julho? Quem são elas? Qual o
valor da dívida total do Sorocabana? Os salários estão em dia?
Simião assumiu o Sorocabana prometendo transparência de gestão. Que ele
possa, agora, responder, pontualmente, a esse leque de questões.