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Uma confusão entre vendedores ambulantes e policiais militares por volta das 17h15 da quinta-feira (18) na Rua Doze de Outubro (esquina com a Clemente Álvares) terminou com a morte do vendedor ambulante Carlos Augusto Muniz Braga, de 30 anos, atingido por um tiro na boca. O policial militar que efetuou o disparo teve apenas ferimentos leves, resultado da briga com um grupo de ambulantes.Segundo a PM, a confusão começou quando três policiais militares participantes da Operação Delegada tentaram apreender DVDs piratas que estavam sendo comercializados de maneira ilegal por um ambulante na via do centro comercial lapeano. Ainda de acordo com a PM, o ambulante se negou a entregar os produtos e recebeu voz de prisão. Nesse momento, um grupo de cerca de 20 ambulantes saiu em defesa do colega e iniciou uma briga com os três PMs.
Segundo a major Dulcineia Lopes de Oliveira, do 4º Batalhão da PM, um dos policiais teve parte do colete arrancado e outro agente da polícia foi encurralado pelos ambulantes dentro de uma loja e jogado no chão. Na confusão, explicou a major, foi dado um disparo acidental que atingiu a boca de Braga. Ele foi socorrido ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
Pessoas que viram o acontecido discordam da PM. Para a irmã de Braga, que estava no local, o irmão só estava tentando ajudar colegas envolvidos na briga. “Ele só foi socorrer o amigo dele que estava no chão, outro camelô, quando o policial não pensou duas vezes e atirou na boca dele.”, contou ela, que não quis se identificar.
Após o disparo, houve um confronto entre ambulantes e policiais, que usaram balas de borracha e bombas de gás. Lojas fecharam as portas, houve correria e depredações de orelhões e lixeiras. Os vendedores bloquearam algumas ruas colocando fogo em lixo e apedrejando um ônibus. Pelo menos cinco pessoas foram detidas e encaminhadas para o 7º DP. Todo o comércio da região fechou as portas e as ruas do entorno foram interditadas.
Nesta sexta-feira, a Doze de Outubro amanheceu vazia de vendedores ambulantes. Até mesmo os que possuem autorização não trabalharam. Um protesto contra a morte do ambulante foi convocado pelo Facebook. E no local da morte, amigos do ambulante escreveram “PM mata camelô na Operação Delegada”. O PM que disparou está preso e afirmou que o tiro foi acidental.
O prefeito Fernando Haddad afirmou após o fato que a morte foi um caso isolado dentro da Operação Delegada e que não pretende mudar o esquema de combate ao comércio irregular nas ruas.
