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Nas comemorações do dia de Santo Agostinho, na terça-feira, 28, a comunidade religiosa dos agostinianos recoletos, responsável pela Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, recebeu um precioso presente: a presença do arcebispo de São Paulo, Don Odílio Pedro Scherer, que celebrou missa em homenagem ao padroeiro dos religiosos da Vila Hamburguesa.
Antes da missa, o arcebispo conversou com a subprefeita da Lapa, Luiza Nagib Eluf, na sala de visita do Seminário Santa Mônica, responsável pela formação final dos freis agostinianos em São Paulo. Em seguida, Dom Odílio concedeu uma breve entrevista exclusiva ao JG.
Numa região como a Leopoldina onde existem graves problemas sociais como infância abandonada, moradores de rua, prostituição infantil, qual o chamado que a Igreja Católica faz à sociedade?
Dom Odílio – A angústia e o sofrimento do próximo devem sensibilizar os corações humanos, cristãos ou não. São Paulo pode ser uma cidade melhor à medida que todos os cidadãos da cidade resolvam dar as mãos na busca de soluções para os graves problemas sociais. Quadros graves de injustiça social precisam ser enfrentados com políticas públicas bem definidas e com a preservação de valores humanitários que ajudem a combater a pobreza e a miséria.
No que se refere a valores, a família ainda é o grande referencial que a Igreja Católica pode apontar para os fiéis?
Dom Odílio – A Igreja sempre tem olhado com atenção esse fator família como algo importante para o ser humano e para ela própria, enquanto instituição. Cuidar bem da família não é uma questão puramente religiosa. Trata-se de um tema que diz respeito á sociedade como um todo.
Qual o peso desse amparo à família na sociedade contemporânea?
Dom Odílio – Descuidar da família é o mesmo que descuidar do futuro da humanidade. Se cuidarmos adequadamente da família teremos a oportunidade de solucionar muitos problemas que, sem esse amparo familiar, acabam caindo nos ombros do Estado e da sociedade. Dar apoio, proteção e incentivo à família faz parte de uma política social sábia. Mas ainda persiste em muitos lugares o desamparo às famílias, o que nos leva a ver crianças abandonadas, jovens sem rumo, anciãos desprotegidos.
