Sob uma paineira, um monumento para a eternidade. A Associação Comercial de São Paulo – Distrital Lapa (ACSP-Lapa) inaugurou na sexta-feira passada o Marco da Paz, que fica nas esquinas das ruas Mercedes com Gavião Peixoto. Com a presença do ex-presidente da ACSP e atual presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Alencar Burti, a cerimônia significou a realização do sonho do lapeano Gaetano Brancati Luigi, membro da ACSP.
Este é o segundo monumento pela paz inaugurado pela entidade. No Pátio do Colégio, ponto zero da cidade, encontra-se o primeiro Marco da Paz da ACSP, erguido em 1999. “A Lapa também foi escolhida para abrigar esta obra porque recebe as pessoas do interior do Estado, que ingressam na Capital pela Via Anhangüera”, disse Douglas Formaglio, diretor-superintendente da ACSP-Lapa. O evento também faz parte dos festejos de aniversário do bairro.
Em forma de sino, o Marco da Paz simboliza a confraternização entre as diversas culturas no mundo. O monumento se caracteriza por respeitar as diferenças de idéias, religiões, etnias e manifestações de pensamento. Durante a solenidade, o grande público presente ainda teve a oportunidade de acompanhar um evento ecumênico, com os representantes Adalton Pereira de Castro (Igreja Católica), Elias de Andrade Pinto (Igreja Presbiteriana Independente – URI), monja Coen (Zen-Budismo), Francisco Capano (Comissão por uma Cultura de Paz na Assembléia Legislativa de São Paulo) e Maria do Carmo Baccarin (Organização Brahma Kumaris).
Alunos e professores dos colégios Módulo, Inaci, Santo Ivo, Sesi Vila Leopoldina, Campos Salles, Pré-Médico, Santa Tereza e das Escolas Estaduais Dilermano Dias dos Santos e Reynaldo Porchat e ainda a Escola Municipal de Educação Infantil Jean Piaget prestigiaram o evento com suas mensagens.
Os alunos do Colégio Módulo representaram os cinco continentes. Vinícius de Souza (América), Felipe Alvarenga (África), Natália da Silva (Europa), Lorena Diniz (Ásia) e Amanda de Souza (Oceania). Eles deram uma oferenda para a paz, soltando uma pomba branca que estava numa caixa.
Ao som da Corporação Operária da Lapa, a inauguração ainda contou com palavras singelas de Luigi, que descreveu o badalar dos sinos das igrejas européias, anunciando o final da Segunda Grande Guerra (1939-1945). Muito emocionado, sua fala foi marcada pela sua luta de quase 55 anos até o incremento de seu sonho, a inauguração do Marco da Paz. “Graças à Associação Comercial, consegui a concretização de meu objetivo. Por tudo isso, tenho o Brasil no coração e a Lapa para toda a eternidade”, declarou.
O aluno Nicholas Pacheco, do Colégio Módulo, montou em papel o tsuru – ave feita pela menina japonesa Sadako, uma sobrevivente da bomba de Hiroshima -, que simboliza a conscientização das crianças em busca da paz entre os povos. Logo em seguida, a estudante Eloá Regina, do Colégio Santo Ivo, leu uma poesia conclamando o entendimento entre todos.
O subprefeito da Lapa, Adaucto José Durigan, afirmou que o Marco da Paz também representa a convivência harmônica entre as entidades do bairro, por meio das parcerias entre sociedades amigos de bairro, empresas e poder público que, segundo ele, é a marca da atual da gestão municipal.